quarta-feira, 27 de julho de 2011

Escalandrum

2002 - Estados Alterados
Gênero: Jazz Contemporâneo / Tango



Escalandrum é um sexteto argentino de jazz, formado pelo baterista Daniel “Pipi” Piazzolla, neto do grande músico Astor Piazzolla, um nome que dispensa apresentações. Ao contrário do seu avô, Daniel não se encantou pelo bandoneón, mas pela bateria.

Em 1999 ele decide formar o sexteto Escalandrum, ou seja, são mais de 10 anos na estrada e muitas conquistas no currículo, além de seis álbuns gravados, sendo o último uma homenagem ao Astor Piazzolla. O som do sexteto pode ser classificado com um jazz contemporâneo, por fazer a fusão do jazz americano com a música popular argentina, o tango e também fazendo uso do folclore argentino (chacarezas, zambas, cuecas, etc). Essa sonoridade original rendeu um reconhecimento muito rápido ao sexteto, não só na cena musical de Buenos Aires, como em todo paí, na Europa, onde o grupo passou a se apresentar em festivais e no Brasil.

O sexteto é formado por músicos experientes e que merecem sim, ser citados. Daniel “Pipi” Piazzolla (bateria), Sivori Mariano (Baixo), Gustavo Musso (Sax Alto e Soprano), Guerscherb Nicolas (piano), Damian Fogiel Martin (sax tenor e clarinete baixo) e Pantyrer (sax barítono).

Sobre o Daniel “Pipi” Piazzolla, ele é conhecido como um dos grandes nomes da música da atualidade na Argentina. Assim como outros músicos, Daniel também nasceu em meio a música, seu pai e avô eram músicos. Se apaixonou pela bateria muito cedo, ao ouvir músicos locais tocando, depois estudou em Los Angeles e Nova Iorque, no Drummers Institute. Apesar de ter formado o sexteto Escalandrum, Daniel também é conhecido por tocar e acompanhar inúmeros músicos, não só em shows, como em gravações, e claro, mesmo sem interromper as atividades do sexteto, ainda encontrou tempo para participar de alguns projetos musicais. Em sua vida, Daniel foi influenciado diretamente pelo jazz e pela música do seu avô.

O álbum “Estados Alterados” (2002) é o segundo na discografia do sexteto. O som é intenso e com muita melodia, principalmente pelo uso dos instrumentos de sopro, outro destaque é a mudança significativa no ritmo, algo que notei ser muito comum no trabalho do sexteto, a sensação é de pura improvisação. Daniel se destaca por sua forma de conduzir a bateria, sempre muito preciso e sabendo dosar a intensidade da suavidade, atacando nos momentos necessários ou simplesmente fazendo um bom acompanhando de fundo. Em relação as músicas, não vou destacar, já que eu achei todas de uma originalidade excelente, sendo assim fica difícil indicar uma e não outra. Escalandrum, ainda é desconhecido do público brasileiro, mas ao ouvir o álbum “Estados Alternados”, certamente você irá se surpreender. Não tem jeito.

Não escondo meu fascínio pela Argentina (país), sou um torcedor fanático do Boca Juniors e da seleção Argentina, há mais de 10 anos, nesse período passei a admirar a música e procurar saber um pouco mais sobre a cultura riquíssima do país. E ao ouvir o sexteto Escalandrum, fiquei muito satisfeito, por saber que a música argentina está em boas mãos e que os músicos estão sendo reconhecidos não só na Argentina, como em todo o mundo. A argentina é conhecida principalmente pelo tango, mas o mundo precisa saber, que os argentinos também tem competência para fazer um bom jazz. E a prova está ai: Escalandrum. Boa Audição.

Track List

01. Torres de Boedo
02. Estados Alterados
03. Cecilia
04. Estado de Sitio
05. Sintra
06. Kalla
07. Atardecer
08. Desiderata
09. Contrastes
10. Lime y Vaqueta
11. Nonina

Escalandrum - "Libertango" (Bridgestone Music Festival 2010)


Escalandrum - "Vayamos al diablo" (Bridgestone Music Festival 2010)


Site Oficial: Escalandrum

domingo, 24 de julho de 2011

Lester Young & Teddy Wilson

1956 – Pres and Teddy
Gênero – Jazz

















Teddy Wilson foi contratado por Benny Goodman numa época em que era quase impensável um grupo de músicos composto por artistas brancos e negros. Goodman estava mais interessado na qualidade musical de sua orquestra do que nas questões sociais, mas a escolha de Wilson realizou perfeitamente os dois objetivos. Wilson foi bastante influenciado por Earl Hines e Art Tatum e foi conhecido como um dos maores pianistas de sua geração.

Nascido no Mississipi, em 1909, Lester Young desde cedo se viu obrigado a ajudar no sustento da casa, fazendo diversos tipos de trabalho. Seu pai conseguiu um emprego de líder da uma banda de circo e o jovem Lester, que possuia alguns rudimentos de educação musical, logo passou a acompanhar o grupo. Em 1933 ele foi para Kansas City, onde tocou com alguns dos maiores músicos da então fervilhante cidade. Dono de um estilo cool antes mesmo do movimento cool existir, Young não gostava de ser visto como um modernista do jazz, mas fez parte do grupo que lançou as bases do bebop, como Charlie Parker e Dizzy Gillespie.

Veja no que deu a reunião desses dois músicos fantásticos.

Track List

01.  All Of Me
02.  Prisioner Of Love
03.  Louise
04.  Love Me Or Leave Me
05.  Taking a Chance On Love
06.  Our Love Is Here To Stay
07.  Pres Returns




quinta-feira, 21 de julho de 2011

UmDoisTrio

2002 - UmDoisTrio
Gênero: Jazz / Música Instrumental Brasileira



UmDoisTrio é um trio de jazz e música instrumental brasileira formado pelo baterista Cuca Teixeira, o guitarrista Michel Leme e o baixista Thiago Espirito Santo. O trio foi formado em 2002 e lançou no mesmo ano o álbum homônimo.

Assim como outros trios famosos, o UmDoisTrio também se destaca pela virtuose de seus músicos, que juntos exploram diversos elementos rítmicos e o resultado é um álbum versátil, criativo e com uma sonoridade intensa. O repertório é inédito e formado por nove canções. O interessante é cada música traz uma particularidade, seja pela intensidade ou ritmo. A base é o jazz, mas o ingrediente principal é o improviso, que na minha opinião é o grande trunfo da música instrumental, que dá ao músico a possibilidade de trilhar por vários caminhos em uma única composição. Na minha concepção de ouvinte, esse é a forma mais clara de tentar traduzir em palavras a essência do álbum “UmDoisTrio” (2002).

Logo na abertura, o trio manda muito bem em um tema jazzístico com toques de samba, destaque para o improviso do guitarrista Michel Leme e a base mais do que participativa do baterista Cuca Teixeira e do baixista Thiago Espirito Santo. A primeira música serve de exemplo para as demais, já que o tom do álbum não muda, o que é muito bom. Sendo assim, você será bombardeado por doses excessivas de virtuosismo e um som da melhor qualidade, tocado por músicos competentes e experientes. Um ponto que merece ser comentado, é que o álbum foi gravado e produzido de forma independente, e como não poderia ser diferente, o trio teve que enfrentar grandes dificuldades para a concretização do projeto.

Apesar de ter conhecido o som do UmDoisTrio a pouquíssimo tempo e por acaso, já conhecia o trabalho do baterista Cuca Teixeira e do baixista Thiago Espirito Santo, através do Neural Code, onde os dois formaram um trio com o guitarrista Kiko Loureiro. Claro que isso não representa 1% do trabalho dos dois, já ambos são conhecidos no cenário nacional por tocar com vários músicos, como Hermeto Pascoal, Toninho Horta, Maria Rita, Bocato, Yamandú Costa, Celso Pixinga, entre outros, isso sem contar as participações em festivais nacionais e internacionais. O guitarrista Michel Leme, é outro grande nome da música nacional. Considerado pela critica especializada como um mestre da improvisação, assim como os outros dois músicos, Michel tem inúmeras participações em gravações e também álbuns próprios.

Não é de hoje que tenho um fascínio por trios, principalmente no jazz, como o Nat King Cole e o John Pizzarelli Trio, entre outros que infelizmente não lembrarei o nome. E de uns tempos para cá, passei a descobrir trios formados por músicos brasileiros, como o Nosso Trio, Mansur Samba Trio e recentemente o UmDoisTrio. Na minha concepção de ouvinte, acho que o trio é uma formação privilegiada e que passa a sensação de liberdade aos músicos, e para quem aprecia um som baseado no improviso, é certamente uma ótima pedida. Apreciem o som do UmDoisTrio, sem moderação. Boa Audição.

Track List

01. Bom Dia
02. Filósofos
03. Latin Lover
04. Santa Izabel
05. Fazenda Nova
06. Mila
07. Pilhando A Moçada
08. Nas Montanhas
09. Samba do Bem

Michel Leme e Thiago Espirito Santo - "Bom Dia"

terça-feira, 19 de julho de 2011

John Coltrane

1957 - Blue Train
Gênero: Jazz



A postagem de hoje não é para falar sobre a vida e a obra completa do saxofonista John Coltrane, por se tratar de um assunto conhecido de todos e que não caberia em um único post, mas nem por isso a postagem será menos especial por isso, podem acreditar.

Considero o clássico álbum Blue Train do saxofonista John Coltrane, do mesmo nível de importância e excelência que o Kind of Blue do trompetista Miles Davis.

Blue Train (1957) não é apenas um excelente álbum de jazz, é mais do que isso, é o primeiro álbum solo legitimo de Coltrane e também o primeiro com um repertório escolhido pelo saxofonista. Blue Train é considerado pelo próprio Coltrane, o melhor álbum gravado por ele. Ou seja, isso nos ajuda a entender a importância e a magnitude desse álbum.

Antes mesmo de lançar o álbum, Coltrane já havia tocado com músicos prestigiados da cena jazzística, como Dizzy Gilespei, Thelonius Monk e Miles Davis, com quem gravou muitos álbuns, inclusive o lendário Kind of Blues. Toda essa experiência não foi em vão, já que o saxofonista usou essa bagagem para levar o hard bop a outros patamares dentro do jazz. Outro fator importante era o momento que o jazz passava naqueles anos, foi um período onde surgiram grandes álbuns de jazz e de diferentes músicos. Foi nesse período que o álbum “Blue Train” foi gravado e lançado pelo selo Blue Note.

Um álbum vibrante e que mostra todo virtuosismo de John Coltrane e dos seus comandados, o pianista Kenny Drew, o trombonista Curtis Fuller, o baterista Philly Joe Jones, o baixista Paul Chambers e o trompetista Lee Morgan. Ritmicamente falando, Blue Train é um álbum impecável, Coltrane mostra toda sua capacidade em criar variações rítmicas, melódicas e harmônicas. O álbum abre com “Blue Train”, uma canção de 10 minutos e que tem como destaque os fraseados baseados no blues e claro, usando e abusando da improvisação com seu saxofone. "Moment’s Notice” surge não menos empolgante, Coltrane mais uma vez cria um ambiente favorável para improvisar com perfeição e assim deixar os músicos a sua volta totalmente a vontade para nos brindar com o que há de melhor no jazz, por isso seria injustiça não citar o trompetista Lee Morgan e o trombonista Curtis Fuller, que juntos proporcionam um solo perfeito, com o acompanhamento preciso do baterista Joe Jones o baixista Paul Cambers. “Locomotion” começa de forma alucinante, com Coltrane solando de forma impecável e usando de melodias baseadas no blues, sem dúvida um espetáculo a parte do álbum. “I’m Old Fashioned” serve como prova da genialidade de Coltrane, que deixa de lado o jazz frenético e nos brinda com uma balada lindíssima e muito elegante. O saxofone de Coltrane vai formado cada nota de forma sublime, com fraseados bem construídos, são 8 minutos onde o ouvinte entra em um transe quase que inconscientemente. “Lazy Bird” encerra o álbum com chave de ouro, Coltrane volta ao jazz vibrante e com os músicos novamente a vontade para improvisar, é claro que o resultado não poderia ser outro, uma música que mostra o hard bop na sua mais pura essência.

Pode não parecer, mais o álbum Blue Train, foi à primeira tentativa de John Coltrane como compositor e líder do seu próprio grupo. Coltrane conduziu com excelente os músicos a sua volta, e assim escreveu mais uma vez o seu nome na história do jazz ao lançar esse álbum. Depois vieram outros clássicos, como “Giant Steps” e “A Love Supreme”, mas ainda sim “Blue Train” se sobressai, por ter sido composto e gravado quando Coltrane ainda era um líder inexperiente. Por fim, esse é um álbum indicado e obrigatório para todos os amantes do jazz e da boa música. Não há como dispensa-lo. Boa Audição.

Track List

01. Blue Train
02. Moment's Notice
03. Locomotion
04. I'm Old Fashioned
05. Lazy Bird

John Coltrane - "Moment's Notice"


Site Oficial: John Coltrane

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Rainbow

1976 - Rising
Gênero: Hard Rock / Heavy Metal



Dias atrás comentei no twitter e no facebook sobre a hegemonia dos britânicos quando o assunto é rock. A sensação é que os caras descobriram um espécie de fórmula ultra secreta e década após década exportaram para o mundo as maiores bandas da história, sempre mantendo o mesmo padrão de qualidade. Não é difícil chegar a essa conclusão, basta uma passada rápida pela história para perceber a quantidade de bandas que os britânicos exportaram, principalmente em relação aos outros países do mundo. E o que não falta são exemplos, principalmente de bandas clássicas, como o Iron Maiden, Black Sabbath, Judas Priest, UFO, Beatles, Queen, Motörhead, Led Zeppelin, Pink Floyd, Deep Purple, etc. É uma lista imensa.

O Rainbow é outra banda de peso que foi formada em terras britânicas. A banda foi fundada em 1975, pelo fundador do Deep Purple, o guitarrista Ritchie Blackmore. E para dar inicio a nova empreitada, Ritchie recrutou antigos músicos da banda Elf, o renomado vocalista Ronnie James Dio, o baixista Craig Gruber, o tecladista Mickey Lee Soule e o baterista Gary Driscoll. Essa foi apenas uma, das inúmeras formações da banda. Isso sem falar das idas e vindas do próprio Ritchie,que chegou a sair para voltar ao Deep Purple em 84 e depois retornou, até sair definitivamente após o término da banda em 97.

O álbum “Rising” (1976) pode ser considerado o melhor da carreira do Rainbow, por ser um dos mais importantes e elaborados musicalmente. Apesar de ser o segundo álbum da banda, a formação mudou completamente em relação ao álbum debut. O álbum começa com a Tartot Woman, que de cara nos brinda com uma introdução de teclados psicodélicos feita por Tony Carey, som que é quebrado na sequencia pelo som da guitarra de Blackmore e o vocal impecável de Ronnie James Dio. Um belo cartão de visitas. Run With The Wolf começa na mesma pegada, porém com um andamento mais cadenciado, porém não menos melódico, com Dio justificando mais uma vez a sua presença na banda. Na sequencia surge Starstuck, que ganharia fácil o titulo de melhor do álbum, principalmente devido a suas variações, destaque para Blackmore que explora sua guitarra ao máximo, através dos riffs e do solo, o baterista Cozy Powell que manda muito bem na batera, com uma precisão e acompanhamento impecáveis, e claro Ronnie James Dio, que mais uma vez dispensa comentários para o seu vocal. Blackmore dita o ritmo no começo da música Do You Close Your Eyes, apesar de ser uma boa música, não apresenta grandes novidades seguindo a linha do hard/heavy. Stargazer começa com uma introdução de batera, muito bem executada por Cozy Powell, em relação a música em si, a banda surpreende com uma sonoridade bem melódica e riffs impecáveis, com grandes variações e o uso do teclado, que serve para criar um ambiente ainda mais envolvente, enquanto Dio continua desafiando seus limites nos vocais. Por fim tempos A Light in Black, a música mais rápida do álbum, com Blackmore nos presenteando com um solo arrebatador e riffs precisos, enfim, sejamos justos, a banda toda merece destaque nessa música, o batera Cozy Poweel e o tecladista Tony Carey proporcionam um momento único, com uma participação imprescindível no solo, e Dio que começou o álbum em alto nível, termina mostrando por que é um dos melhores vocalistas de todos os tempos.

Rainbow é mais uma banda lendária e que teve seus momentos de auge, apesar das inúmeras formações a base – Dio e Blackmore – era o que sustentava os caras, isso era nítido. Apesar de já ter ouvido falar várias vezes do Rainbow, o que me motivou a conhecer o som dos caras, foi uma matéria sobre o Bruce Dickinson, na qual ele citava os cinco melhores álbuns na opinião dele, e o Rising estava na lista. Ou seja, uma indicação que eu não poderia deixar de ouvir. E o resultado foi instantâneo: Fiquei viciado no som do Rainbow, em especial os três primeiros álbuns. Boa Audição.

Track List

01. Tarot Woman
02. Run With The Wolf
03. Sturstruck
04. Do You Close Your Eyes
05. Stargazer
06. A Light In The Black

Rainbow - Tarot Woman

sábado, 16 de julho de 2011

Novos Baianos

1972 - Acabou Chorare
Gênero: MPB / Bossa Nova / Rock



Gostaria de postar aqui uma homenagem ao dia mundial do rock, mas ainda não tive tempo de fazer aquela seleção especial para o blog, porque somente me lembrei do Dia Mundial do Rock um dia antes, pelo Twitter (e isso porque eu gosto muito de rock...). Enquanto isso, porque não ficamos com um grupo baiano radicado em Rio de Janeiro que, por influências da Tropicália e do rock dos anos 70, fundiu de modo extraordinário rock com ritmos nacionais como samba, frevo, baião entre outros.

Os Novos Baianos foi um grupo formado na década de 70 pela vocalista e percursionista Baby Consuelo, o violonista e vocalista Moraes Moreira, o guitarrista, o violonista e vocalista Pepeu Gomes, o vocalista e percursionista Paulinho Boca de Cantor, o baterista Jorginho Gomes, o baixista Dadi Carvalho e o mentor e letrista Luiz Galvão. Eles foram bastante influenciados desde João Gilberto, que influenciou grandemente na produção deste disco, como também pelo crescente movimento da Tropicália, por choro e Jimi Hendrix. O grupo teve oito álbuns antes da dissolução em 1974, onde cada músico seguiu sua carreira solo.

O álbum é o segundo da banda, e foi considerado pela revista Rolling Stone como o melhor álbum brasileiro de todos os tempos. Logo no início verificamos a grande influência de João Gilberto e do samba no som da banda na faixa Brasil Pandeiro, composição de Assis Valente, que compôs a música em homenagem ao retorno de Carmen Miranda ao Brasil. Além desta, temos Preta Pretinha, que é baseada em um encontro de Moraes Moreira com uma moça na barca de Niterói/Rio de Janeiro, Tinindo Trincando que mostra a mistura de baião e rock com um ótimo solo de guitarra de Pepeu Gomes, o samba de salão carnavalesco Swing de Campo Grande, a homônima faixa que claramente também é influenciada por João Gilberto, principalmente pelas onomatopéias inseridas na letra da música, as populares Mistério do Planeta e A Menina Dança, que tem ótimos trabalhos de Pepeu na guitarra, a instrumental Um Bilhete Para Didi e o samba rasgado Besta é Tu que chama o ouvinte para saudar o novo. Os arranjos foram feitos em sua maioria por Pepeu e Moraes Moreira e as letras em sua maioria por Luiz Galvão.

Escutando este álbum sinto orgulho de ser brasileiro pois é um dos poucos que mesclam tão bem ritmos brasileiros como samba e baião com rock psicodélico. Enfim, boa audição e se puderem respondam nos comentários: Este álbum é um álbum de samba com pitadas de rock, ou de rock com pitadas de rock?

Track List

01. Brasil Pandeiro
02. Preta Pretinha
03. Tinindo Trincando
04. Swing de Campo Grande
05. Acabou Chorare
06. Mistério do Planeta
07. A Menina Dança
08. Besta é Tu
09. Um Bilhete Pra Didi
10. Preta Pretinha (reprise)

Novos Baianos - Mistério do Planeta


Novos Baianos - Preta Pretinha

Dica de Leitura: A Estrada da Noite (Joe Hill)

Ficha Técnica

Título: A Estrada da Noite
Escritor: Joe Hill
Gênero: Suspense / Terror
Lançamento: 2007
Páginas: 320 páginas
Acabamento: Brochura
Editora: Sextante

Diferentemente das postagens anteriores sobre as resenhas de livros, hoje a postagem será apenas uma dica. A diferença é que, nesse caso eu acabei de adquirir o livro e ainda não li, mas, mesmo assim gostaria de compartilhar com vocês, por se tratar de uma história fascinante e que tem como protagonista principal uma lenda do rock, o cinquentão Judas Coyne.

É difícil demais resistir uma boa leitura e conheci o livro "A Estrada da Noite" do escritor Joe Hill, por acaso, ao entrar em uma livraria hoje pela manhã. A principio estava procurando outra coisa para ler, até que me deparei com um outro livro do escritor (que será minha próxima aquisição) e depois acabei chegando a este livro, que no caso é primeiro romance do Joe Hill. E não teve como resistir e acabei comprando.

Joe Hill (Joseph Hillstrom King) é filho do renomado escritor Stephen King com a romancista Tabitha King, e irmão de outro escritor, Owen King. Ao contrário do seu irmão, Joe sempre tentou esconder a sua filiação e por isso fez questão de usar um pseudônimo, para se firmar sem na literatura sem precisar da influência de seu pai, que é considerado um dos maiores escritores da história.Porém não demorou muito até ser descoberto. Tudo que eu sei sobre Joe Hill, é que ele é autor da coletânea de contos "20th Century Ghosts" (Os Fantasmas do Século XX), e dos livros "A Estrada da Noite" e "O Pacto".

Suspense e terror surpreendem o leitor numa narrativa ágil e atual, com o humor de quem pega emprestado o título da música da banda Nirvana. Uma lenda do rock pesado, o cinqüentão Judas Coyne coleciona objetos macabros: um livro de receitas para canibais, uma confissão de uma bruxa de 300 anos atrás, um laço usado num enforcamento, uma fita com cenas reais de assassinato. Por isso, quando fica sabendo de um estranho leilão na internet, ele não pensa duas vezes antes de fazer uma oferta.

"Vou ´vender´ o fantasma do meu padrasto pelo lance mais alto..."

Por 1.000 dólares, o roqueiro se torna o feliz proprietário do paletó de um morto, supostamente assombrado pelo espírito do antigo dono. Sempre às voltas com seus próprios fantasmas - o pai violento, as mulheres que usou e descartou, os colegas de banda que traiu -, Jude não tem medo de encarar mais um.

Mas tudo muda quando o paletó finalmente é entregue na sua casa, numa caixa preta em forma de coração. Desta vez, não se trata de uma curiosidade inofensiva nem de um fantasma imaginário. Sua presença é real e ameaçadora.
O espírito parece estar em todos os lugares, à espreita, balançando na mão cadavérica uma lâmina reluzente - verdadeira sentença de morte. O roqueiro logo descobre que o fantasma não entrou na sua vida por acaso e só sairá dela depois de se vingar. O morto é Craddock McDermott, o padrasto de uma fã que cometeu suicídio depois de ser abandonada por Jude.

Numa corrida desesperada para salvar sua vida, Jude faz as malas e cai na estrada com sua jovem namorada gótica. Durante a perseguição implacável do fantasma, o astro do rock é obrigado a enfrentar seu passado em busca de uma saída para o futuro. As verdadeiras motivações de vivos e mortos vão se revelando pouco a pouco em A Estrada da Noite - e nada é exatamente o que parece.

Ancorando o sobrenatural na realidade psicológica de personagens complexos e verossímeis, Joe Hill consegue um feito raro: em seu romance de estréia, já é considerado um novo mestre do suspense e do terror.

Fica a dica para quem quiser adquirir o livro, no meu caso vou começar a devora-lo hoje mesmo. Boa Leitura.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Heaven & Hell

2009 - The Devil You Know
Gênero: Heavy Metal



O Blog Jazz & Rock não poderia de forma alguma, deixar passar essa data tão importante em branco, seria uma tremenda injusta não fazer uma postagem no dia mundial do rock. E para comemorar em grande estilo, nada melhor do que trazer uma banda nova, porém formada por músicos consagrados, verdadeiros monstros do rock’n’roll.

Não é exagero dizer que a banda Heaven & Hell é a versão 2.0 do Black Sabbath, devido a um motivo muito simples, a banda foi uma espécie de projeto idealizado por dois ex-membros do Sabbath, o consagrado vocalista Ronnie James Dio e o baterista Vinny Appice, juntamente com o guitarrista Tony Iommi e o baixista Geezer Butler, ambos membros do Sabbath. Mas as coincidências não param por ai, já que os quatro músicos formaram uma das mais lendárias formações do Black Sabbath e que teve como resultado o clássico álbum “Heaven and Hell” (1980), o primeiro com o Dio nos vocais e “Mob Rules” (1981).

A ideia inicial aconteceu em 2006, quando os quatro músicos se reuniram para gravar três canções para a coletânea do Black Sabbath, "The Dio Years". O que era para ser apenas uma sessão de gravação, acabou tomando outras proporções, então os quatro decidiram sair em turnê entre 2007-2008. O nome foi escolhido por Tony Iommi, já que ele não queria confundir os fãs com Black Sabbath, por isso o nome escolhido foi justamente o mesmo do primeiro álbum gravado pelo Dio no Sabbath.

Antes de gravar o primeiro álbum, a banda lançou o duplo “Live From Radio City Music Hall” (2007) em CD/DVD, e que registra uma apresentação épica do quarteto, com um set list formado por clássicos do Black Sabbath e as três músicas inéditas gravadas para a coletânea The Dio Years. E depois de lançar dois singles, a banda finalmente lança o seu álbum debut “The Devil You Know” (2009), com um repertório inédito e que foi motivo de muita expectativa entre os fãs.

The Devil You Know (2009) não pode ser considerado o melhor trabalho dos quatro músicos, porém não quer dizer que seja um álbum fraco, pelo contrário, poder ouvir a voz de Dio, os riffs e os solos de Iommi, o baixo preciso de Butler e a bateria de Appice, não pode nunca ser considerado algo fraco, pois trata de músicos consagrados, com anos de estrada e que sabem muito bem o que estão fazendo.

O repertório é formado por 10 canções, todas inéditas. Destaque para a faixa de abertura “Atom and Evil”, que serve de amostra, um som pesado e envolvente, resumindo, o heavy metal na sua essência mais sublime. Destaque para o som da guitarra do Iommi, que tem uma pegada pesada, cadenciada, ora arrastada, ora com mais velocidade, sempre acompanhada de perto pela voz impecável e inquestionável de Ronnie James Dio. A sequencia de músicas é perfeita, “Fear”, “Bible Black” que começa com um som de violão dedilhado e um solo de guitarra ao fundo e Dio cantando de forma melódica, “Rock And Roll Angel”, “The Turn Of The Screw” e “Follow the Tears”, três músicas que apresentam uma sonoridade arrastada, principalmente por parte da guitarra do Iommi, nesse ponto destaco a última citada, uma das melhores do álbum, uma música viciante e pegajosa. Já as músicas “Eating the Cannibals” e “Neverwhere” possuem uma levada mais rápida, com riffs mais velozes, porém sem deixar o peso de lado. O álbum encerra com a épica “Breaking Into Heaven”, que parece ter sido escolhida de propósito para encerrar esse trabalho primoroso do quarteto.

Um fator interessante, é que Dio, Iommi, Butler e Appice, não procuraram refazer ou se apegar aos clássicos de antigamente, pelo contrário, eles apostaram um som novo, inédito, porém com a marca e assinatura do bom e velho Black Sabbath. E o resultado é um álbum surpreendente do inicio ao fim, com canções arrebatadoras e que nós remete ao heavy metal tradicional, fórmula que poucos músicos e poucas bandas conhecem. Infelizmente o álbum “The Devil You Know”, será a única e ultima lembrança do quarteto, já que Ronnie James Dio não está mais entre nós. A grande verdade é que Heaven & Hell é a pedida exata para comemorar o Dia Mundial do Rock.

Track List

01. Atom & Evil
02. Fear
03. Bible Black
04. Double the Pain
05. Rock & Roll Angel
06. The Turn of the Screw
07. Eating the Cannibals
08. Follow the Tears
09. Neverwhere
10. Breaking into Heaven

Heaven & Hell - "Follow The Tears"


Ouviu e gostou? Deixe um cometário com a sua opinião sobre o álbum.

Site Oficial: Heaven And Hell

terça-feira, 12 de julho de 2011

Pat Metheny

1976 - Bright Size Life
Gênero: Jazz



Há algum tempo atrás, foi postado um disco de parceria deste jazzista com BB King e Dave Brubeck. Agora, depois de pesquisar um pouco sobre as músicas, posto aqui o álbum debut deste brilhante guitarrista que trouxe grandes contribuições para o jazz ao long da carreira.

Pat Metheny é um guitarrista americano nascido no Missouri em 1954, que iniciou sua carreira em 1974, já foi vencedor de 17 Grammys. Com seus mais de 30 álbuns, que variam entre trabalhos solo, trabalhos no seu conjunto Pat Metheny Group e participações e colaborações, no qual este álbum é um exemplo, seu trabalho varia entre jazz fusion, jazz-rock e "crossover jazz". Além disso ele trouxe ao jazz várias inovações, como o uso da guitarra de 12 cordas, além do uso de sintetizadores de guitarras e do terrivelmente esquisito violão Pikasso, com 42 cordas.

Este debut álbum ele realizou com a parceria do lendário baixista Jaco Pastorius, que pode valer mais tarde um post por aqui, e o baterista Bob Moses e é um grande exemplo de que jazz fusion pode acalmar. Todas as músicas me acalmam de uma forma, me trazem uma paz de pensamento grande, sempre utilizo pra estudos e quando faço trabalhos para a faculdade. Em si todas as músicas foram compostas por Metheny e executadas pelo trio que teve a presença de Ornette Coleman na faixa "Round Trip/Broadway Blues". Enfim, boa audição e responda nos comentários: Que música te acalma?


Track List

01. Bright Size Life
02. Sirabhorn
03. Unity Village
04. Missouri Uncompromised
05. Midwestern Nights Dream
06. Uniquity Road
07. Omaha Celebration
08. Round Trip/Broadway Blues


Pat Metheny - Bright Size Life


Pat Metheny - Missouri Uncompromised


Site Oficial: Pat Metheny

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Pearl Jam

1991 - Ten
Gênero: Rock



Relembrando alguns álbuns clássicos do rock, gostaria de compartilhar com vocês o álbum que mudou meus conceitos em relação ao "peso" do som da guitarra. Antes só escutava coisas mais soft como por exemplo U2, e a partir deste álbum debut do Pearl Jam lançado no ano do meu nascimento, adorei os solos e tudo mais que veio combinado da melhor banda da cena grunge de Seattle, na minha opinião.

Pearl Jam é uma banda de grunge dos EUA que é proveniente de Seattle, assim como todas as grandes bandas de grunge como Nirvana, Alice in Chains e Soundgarden. Já está na estrada há 21 anos, quase a minha idade, e, com 9 álbuns gravados, é formada pelo vocalista, guitarrista e letrista Eddie Vedder, o guitarrista solo Mike McCready, o guitarrista base Stone Crossard, o baixista Jeff Ament e o baterista Matt Cameron. Este álbum é o primeiro e mais aclamado da banda, sendo incluído em várias listas dos melhores álbuns de rock de todos os tempos e a canção "Alive" adicionada em listas dos melhores solos de guitarra de todos os tempos.

Assim como todo álbum de grunge, as letras do álbum tratam de temas sombrios, como por exemplo "Jeremy", que foi inspirados em uma história real em que um estudante do ensino médio atira em si mesmo na frente de seus colegas e cujo clipe foi por muito tempo censurado por ser baseado nesta história, e "Alive", que conta a história do próprio Eddie Vedder, que descobriu por sua mãe que seu pai não era de verdade e o de verdade estava à beira da morte. Além desses temas, o álbum também aborda questões sociais como a falta de moradia em "Even Flow" e o uso de hospitais psiquiátricos "Why Go", e até baseada na em um "pé-na-bunda"que uma namorada artista plástica deu em Eddie Vedder, que inspirou "Black".

Em relação a banda, a mistura entre a voz grave e firme de Eddie com os solos do Mike dão uma visão ótima de como o grunge é de certa forma triste por suas letras, mas contagiante pelo ritmo. Enfim, BOA AUDIÇÃO e se puderem respondam nos comentários: O que que vocês acham do grunge?

Track List

01. Once
02. Even Flow
03. Alive
04. Why Go
05. Black
06. Jeremy
07. Oceans
08. Porch
09. Garden
10. Deep
11. Release

Pearl Jam - Even Flow


Pearl Jam - Jeremy


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domingo, 10 de julho de 2011

Gângster Americano e outras histórias de NY (Mark Jacobson)

Ficha Técnica

Título: Gângster Americano e outras Histórias de Nova York
Escritor: Mark Jacobson
Gênero: Literatura Estrangeira
Lançamento: 2008
Páginas: 446 páginas
Acabamento: Brochura
Editora: Martins Fontes

Faz um certo tempo que não posto uma dica de leitura, e a dica de hoje na verdade foi o penúltimo livro que eu li.

“Gângster Americano e outras histórias de Nova York” do escritor e jornalista Mark Jacobson, é um livro contagiante e de fácil entendimento, pois nos proporciona uma leitura fácil e prazerosa. Como o titulo anuncia, o livro não traz apenas uma história, mas várias, algumas curtas e outras um pouco mais longas e detalhadas. Porém existe uma história que pode ser considerada como a principal e que serviu de inspiração para o diretor Ridley Scott, para levar para a telona a história do gângster Frank Lucas.

O livro começa justamente com a história de Frank Lucas, através de várias paginas Mark Jacobson nos leva ao lado mais intimo e até então desconhecido, desse gângster do Harlem. Se não tivesse nascido negro e pobre, Frank Lucas poderia ter sido um politico corrupto e rico. Como esse Sonho Americano não estava disponível, ele se tornou um rico narcotraficante. Uma história de sucesso, do outro lado da lei. Mas Frank Lucas não é o mafioso dos filmes de Coppola e Scorsese. Sua ascensão e reinado foram tão improváveis que até a policia demorou a reconhecer que esse homem elegante, carismático e implacável não só era o dono do Harlem, como também o mentor de um plano ousado. Um homem acima de qualquer suspeita, que desafiou a lógica de que um negro jamais estaria acima da máfia.

Frank Lucas foi considerado o rei do narcotráfico a partir da década de 70, levava uma vida glamorosa, era amigo intimo de atletas e músicos famosos, mas também era um gângster implacável. Sua ousadia não tinha limites, prova disso é que usava os caixões dos soldados americanos mortos no Vietnã para contrabandear heroína. A “Blue Magic” – como era conhecida a sua marca – chegava nas ruas de Nova York para desbancar todas as concorrentes, Frank colocou nas ruas a droga mais pura já vista e usada pelos dependentes e por cima, era vendida abaixo do preço dos outros traficantes.

A história de Frank é conhecida graças ao filme “American Gangster”, mas se você já assistiu o filme, recomendo que leia o livro, pois Mark Jacobson, que inclusive conviveu ao lado do Frank, para relatar essa história, e mostra ela sob uma ótica diferente e muito mais detalhada.

Porém o livro traz outras histórias maravilhosas, recolhidas por Mark nos últimos trinta anos, ele que foi editor convidado das publicações Rolling Stone, The Village Voice, Esquire e New York e outros de romances e outros artigos.

Entre as histórias contadas no livro destaco o relato do sofá mais confortável de NY, a publicação sobre o padre Zlatko Sudac que veio da Croácia para NY e que ficou conhecido por carregar as chagas de Cristo, a deliciosa história sobre o filme de Zumbis gravado nos guetos da cidade, os relatos sobre a criminalidade nas ruas de Chinatown entre outros pontos da cidade, a história sobre o último caubói irlandês, a da mulher de 2 mil dólares por hora, a divertida história sobre o filho dele (Mark) que segundo ele comprou o boné do time errado da cidade, e a intrigante e reveladora história sobre os acontecimentos de 11 Setembro. Nessa história em especial, Mark procura contar os dois lados da moeda, o que aconteceu e que todo mundo viu e o que provavelmente aconteceu nos bastidores do governo, além de contar com detalhes sobre o movimento 9/11 Truth, que prega que todos devem saber a real história por trás dos ataques terroristas. É impossível ler os relatos e não ficar com uma “pulga” atrás da orelha e começar a repensar sobre tudo que já ouvimos e lemos nesses últimos anos.

Enfim, “Gangster Americano e outras histórias de Nova York” é um livro que vale a pena ser adquirido, como disse no inicio, é um livro que nos presenteia com boas histórias, algumas tristes, outras intrigantes e reveladoras, e outras engraçadas, além de ser de fácil leitura.

Não importa se você assistiu ou não o filme “Gangster Americano”, aqui nesse livro você poderá não só conhecer Frank Lucas por um ângulo diferente, como conhecer um pouco mais sobre as histórias e as curiosidades sobre Nova York. Recomendo. Boa Leitura.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Comunicado Importante



COMUNICADO IMPORTANTE:

Acabei de chegar em casa e tive a triste noticia que o servidor mediafire (onde hospedo 90% dos álbuns postados no blog), começou a fazer uma limpeza geral, ou seja, muitos arquivos foram perdidos. Não sei ainda com exatidão a dimensão do estrago no momento ou se os arquivos continuaram sendo apagados pelo servidor.

Então peço a compreensão de todos, se por acaso encontrar um link quebrado, avise, porém não vou poder repor na mesma hora, o fato é, que caso a conta do servidor seja excluida por inteira, o Blog Jazz & Rock não mais disponibilizará downloads ou em caso mais extremo, deixará de ser atualizado.

Espero que o servidor mediafire não delete mais os arquivos. Afinal o estrago já foi um pouco grande e sinceramente não sei como recupera-lo.

Só para reforçar a mensagem, eu não sei quantos ou quais arquivos foram deletados, então conto com a ajuda de vocês, caso encontre um link quebrado me avise e eu vou tentando re-upar a medida do possível. Qualquer novidade, volto a atualizar este post.

Atenciosamente.
Daniel

Blog Jazz & Rock

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Robert Johnson

1990 (*) - Robert Johnson – The Complete Recordings
Gênero: Blues
(*) gravações originais de 1936 e 37



Robert Johnson nasceu em 1911, em Hazlehurst, Mississipi, e passou sua infância migrando com a mãe o os irmãos por onde houvesse trabalho no campo. Na adolescência começou a se interessar por música, particularente pela harmônica, mais tarde um pouco descobriu o violão. Num tempo em que era muito difícil gravar um disco, a coisa era ainda mais complicada para um músico itinerante, Robert Johnson viu sua oportunidade aparecer em 1936 na pessoa de H.C.Speir, dono de uma loja de discos em Jackson, Mississipi, que havia acabado de fechar um acordo com uma gravadora para descobrir novos músicos e gravá-los. As gravações foram feitas em um estúdio totalmente improvisado – quem assistiu ao filme Crossroads sabe do que eu estou falando (quem não assistiu assista). Uma das mais famosas lendas do blues dá conta de que Johnson encontrou-se com o diabo em uma encruzilhada e fez um pacto com ele. Bem apessoado, Johnson era bastante popular entre as mulheres, o que lhe causou muitos problemas (algumas delas eram casadas) e foi possivelmente a causa de sua morte por suposto envenenamento em 1938. Os CDs aqui apresentados são uma coletânea de todas as 41 gravações feitas por Robert Johnson, incluindo todos os takes gravados. Imperdível para os fãs de blues e rock – veja os depoimentos de Keith Richards e Eric Clapton no sensacional encarte que vem com o álbum.

Tirinha by Tongo Comics

Track List

CD1

01. Kindhearted Woman Blues
02. Kindhearted Woman Blues
03. I Believe I’ll Dust My Broom
04. Sweet Home Chicago
05. Rambling On My Mind
06. Rambling On My Mind
07. When You Got A Good Friend
08. When You Got A Good Friend
09. Come On In My Kitchen
10. Come On In My Kitchen
11. Terraplane Blues
12. Phonograph Blues
13. Phonograph Blues
14. 32-20 Blues
15. They’re Red Hot
16. Dead Shrimp Blues
17. Cross Road Blues
18. Cross Road Blues
19. Walking Blues
20. Last Fair Deal Gone Down

CD2

01. Preaching Blues (Up Jumped The Devil
02. If I Had A Possession Over Judgement Day
03. Stones In My Passway
04. I’m A Steady Rollin’ Man
05. From Four Till Late
06. Hellhound On My Trail
07. Little Queen Of Spades
08. Little Queen Of Spades
09. Malted Milk
10. Drunken Hearted Man
11. Drunken Hearted Man
12. Me And The Devil Blues
13. Me And The Devil Blues
14. Stop Breakin’ Down Blues
15. Stop Breakin’ Down Blues
16. Traveling Riverside Blues
17. Honeymoon Blues
18. Love In Vain
19. Love In Vain
20. Milkcow’s Calf Blues
21. Milkcow’s Calf Blues





Site ficial: não localizado
Wikipédia: Robert Johnson

domingo, 3 de julho de 2011

Gov't Mule

1995 - Gov't Mule
Gênero: Jam Band / Southern Rock



Nas últimas postagens comentei sobre o meu atual vicio musical: o Southern Rock. E de uns tempos para cá, comecei e pesquisar muito sobre esse gênero e consequentemente a conhecer bandas e músicos, que no meu caso eram novidades. Comentei em uma postagem recente, que meu primeiro contato com esse gênero foi através do Derek Trucks e depois com a lendária The Allman Brothers Band. E junto com isso, acabei descobrindo alguns projetos paralelos e um deles é o Gov’t Mule, uma jam band de Southern Rock formada pelo excepcional guitarrista Warren Haynes e o baixista Allen Woody, do Allman Brothers.

O Gov’t Mule foi formado em 1994 e como contavam com o guitarrista e o baixista, só foi preciso um baterista de responsa, e foi ai que chamaram Matt Abts. O projeto seguiu paralelo aos trabalhos do Allman Brothers, e a ideia inicial era resgatar o espirito dos lendários power trios que revolucionaram o rock nas décadas de 60 e 70, como o Jimi Hendrix Experiencie.

Em 1995 a banda lançou o primeiro álbum, “Gov’t Mule”, que foi gravado praticamente ao vivo dentro do estúdio e o resultado não poderia ser melhor, um álbum viciante e com canções arrebatadoras e que traz um pouco da sonoridade do Allman Brothers, algo bem comum, devido a parceria entre Warren e Allen. É o tipo do álbum onde não há espaço para música ruim, pelo contrário, são 12 composições de altíssimo nível, onde o improviso tem presença garantida, com base no rock, no jazz e no Southern rock. Por se tratar de um álbum praticamente perfeito, fica até difícil destacar uma ou outra música.

O Gov’t Mule foi uma grande surpresa, fato esse que fez com que em 1997, Warren e Allen se desligasse do Allman Brothers para dedicar todo o tempo ao projeto. Apesar dos excelentes álbuns de estúdio, no total foram três gravados com essa mesma formação, o Gov’t Mule ficou mesmo conhecido por atuações ao vivo. A banda atualmente conta com doze álbuns gravados, entre estúdio e ao vivo, e com uma formação diferente, já que baixista Allen Woody faleceu em 2000.

Gov’t Mule (1995) é um álbum obrigatório não só para os amantes do Southern rock, como para quem curte boa música. Achei melhor não contar toda a história da banda, já que certamente esta será a primeira postagem de muitas sobre o Gov’t Mule, então a cada nova postagem vou contando um pouco mais sobre eles. Então, comece bem a sua semana, ouvindo esse álbum perfeito do Gov’t Mule. Boa Audição.

Track List

01. Grinnin' in Your Face
02. Mother Earth
03. Rocking Horse
04. Monkey Hill
05. Temporary Saint
06. Trane
07. Mule
08. Dolphineus
09. Painted Silver Light
10. Mr. Big
11. Left Coast Groovies [For FZ]
12. World of Difference

Ouviu e gostou? Deixe um cometário com a sua opinião sobre o álbum.

Gov't Mule - "Rocking Horse"


Site Oficial: Gov't Mule

sábado, 2 de julho de 2011

Gregg Allman

2011 - Low Country Blues
Gênero: Blues



Não é muito difícil de entender a importância que o Gregg Allman tem no cenário musical, digo isso por um simples motivo, basta dizer que ele foi o fundador do The Allman Brothers Band, uma das bandas mais revolucionárias e importantes da história da música e do rock. É um motivo e tanto para resumir a importância desse que eu considero “o cara”. Gregg não é apenas um nome importante, mas também é um grande cantor, compositor, tecladista e guitarrista, além de ser irmão de um dos maiores guitarristas de todos os tempos, Duane Allman.

Gregg está com o Allman Brothers Band há exatos 42 anos na estrada, eu sinceramente não posso afirmar se ele tocou em alguma banda antes, por isso a única referência que tenho sobre ele é mesmo no ABB. Bom vamos deixar de lado a história da lendária ABB e falar sobre a carreira solo do Gregg Allman.

Assim como todos grandes músicos, Gregg não ficou limitado ao Allman Brothers Band e após a morte do seu irmão em 1971, o cantor e compositor decidiu dar inicio a sua carreira solo, lançando o álbum Laid Black em 1973, um álbum que teve uma boa repercussão entre a mídia especializada, e que incluiu álbuns músicas do ABB que foram retrabalhadas. De lá para cá, foram 10 álbuns lançados, entre estúdio, ao vivo e algumas compilações. Gregg consolidou sua carreira solo paralelamente ao trabalho que sempre desenvolveu no Allman Brothers, isso é sem dúvida o fato mais interessante.

Depois de 14 anos sem gravar um álbum solo e há 8 sem gravar um álbum com canções inéditas com o Allman Brothers, Gregg Allman ressurge e lança o Low Country Blues (2011). É um álbum surpreendente em todos os sentidos, primeiro por que é sempre bom ver bons músicos em atividade e depois que esse álbum não tem nada Southern rock, porém Gregg teve a sensibilidade de voltar no tempo e buscar nos titãs do blues a inspiração para seu novo trabalho solo.

Low Coutnty Blues (2011) é um álbum de blues. Com um repertório formado por 12 canções, Gregg resgatou algumas canções com mais de 50 anos, trazendo de volta composições de bluseiros consagrados e lendários como Skip James, Sleepy John Estes, Muddy Waters, Otis Rush, Bobby Bland, o rei B.B. King, entre outros. Entre as músicas, destaque para o clássico “Devil Got My Woman” de Skip James, “Blind Man”, “Floating Bridge” de Sleepy John, “Please Accept My Love” do BB King, entre outros clássicos. A única música inédita fica por conta da “Just Another Rider”, escrita por Gregg Allman em parceria o guitarrista Warren Haynes.

O álbum foi produzido por T-Bone Burnett e Gregg, e contou com uma banda de apoio formada por músicos experientes, como Dr.John (piano), Dennis Crouch (baixo), Doyle Bramhall II (guitarra) e Jay Bellerose (bateria).

Low Country Blues tem as composições clássicas de grandes nomes do blues e a interpretação de um grande músico, como Gregg Allman. Ele que ficou conhecido por tocar o rock do sul (Southern rock), escolheu esse álbum para voltar as suas origens e assim por que não dizer, prestar uma homenagem ao blues. Não chegamos ao fim do ano ainda, mais arrisco dizer que Low Country Blues, tem tudo para ser um dos melhores álbuns de 2011. Boa Audição.

Track List

01. Floating Bridge
02. Little By Little
03. Devil Got My Woman
04. I Can't Be Satisfied
05. Blind Man
06. Just Another Rider
07. Please Accept My Love
08. I Believe I'll Go Back Home
09. Tears, Tears, Tears
10. My Love is Your Love
11. Checking On My Baby
12. Rolling Stone

Ouviu e gostou ? Deixe um comentário com a sua opinião.

Gregg Allman - Just Another Rider (The Savannah Rehearsal Sessions)


Site Oficial: Gregg Allman