domingo, 28 de agosto de 2011

Iron Maiden

1979 - The Soundhouse Tapes [EP]
Gênero: Heavy Metal



Já se passaram exatos 36 anos e a Donzela de Ferro continua soberana pelo mundo, com a mesma pegada de sempre, viajando pelos quatro cantos do mundo em turnês e com uma extensa discografia, composta por 15 álbuns de estúdio e 8 álbuns ao vivo (oficiais), isso sem contar as inúmeras compilações. Em todos esses anos, a Donzela passou por poucas mudanças em sua formação, se comparada com outras bandas da época. A sensação é de que tudo foi fácil na vida do fundador e baixista Steve Harris, porém o Iron Maiden também já foi uma banda desconhecida, e precisou subir degrau por degrau batalhando para conquistar seu espaço ao sol.

O Iron Maiden foi fundado por Steve Harris em 1975, ele que era até então baixista da banda Smiler. Sua carreira começou mesmo na banda Gypsy's Kiss, mas a banda em si não durou mais do que sete apresentações. Já na Smiler, Harris também não ficou muito tempo, e o motivo foi que os caras se recusaram a tocar uma música composta por Harris, na ocasião alegaram que a música alternava demais o andamento. Após sair do Smiler, Harris decidiu formar a sua própria banda, e não é preciso dizer que ela ficou um pouquinho conhecida né?. O Iron Maiden surgiu em uma época não muito favorável para o heavy metal na Inglaterra, por esse motivo Harris e sua nova banda precisou literalmente remar contra a maré do mercado musical, que na época só queria saber de rock meia boca e punk. No final dos anos 70 surgiu na Inglaterra o movimento NWOBM (New Wave of British Heavy Metal), que já contava com bandas consagradas, mas o Iron Maiden também ganhou seu lugar de destaque com os anos. Resumidamente, esse novo movimento tirava o blues da primeira geração do metal e acrescentou mais peso e velocidade. Assim estava sendo criado o heavy metal como conhecemos, ou melhor, aquele heavy metal fervoroso de meados dos anos 70 e praticamente toda década de 80.

A primeira formação do Iron Maiden era Steve Harris (baixo), Dave Sullivan e Terry Rance (guitarra), Ron Mattews (bateria) e Paul Day (vocal). Dave Murray não demorou muito para chegar na banda, quem o trouxe foi o segundo vocalista da banda Dennis Wilcock, e com a chegada de Murray, Harris acabou dispensando a dupla de guitarristas. No final de 76, Bob Sawey surge como segundo guitarrista e por ter ciúmes de Murray causou mal estar entre os membros. O fato é que até 78, o Iron Maiden passou por muitos ajustes na formação, e acreditem Harris chamou até o tecladista Tony Moore, mais percebeu a tempo que não era uma boa ideia, ainda mais para substituir um guitarrista. Para ter uma ideia o momento era muito confuso e rolava até um clima de ciúmes entre os músicos. Em meio a esse período, Murray deixa o Iron e se junta ao amigo Adrian Smith na banda Urchin, isso em meados de 77. Nessa época a banda já estava com outro guitarrista, Terry Wapram. E mesmo assim Harris decidiu ir a um ensaio da banda Urchin para chamar Murray novamente, convite que ele aceitou rapidamente. Quando chegou ao Iron, Terry não gostou nada da ideia, foi então que Harris gentilmente o convidou para se retirar. O primeiro show do Iron Maiden foi no Bridgehouse e foi um fiasco, com erros grosseiros do baterista. Outro problema foi à saída do vocalista Dennis Wilcock, que simplesmente não apareceu no segundo show da banda. Harris ficou arrasado, mas cumpriu sua palavra e o Iron Maiden subiu ao palco como um trio, formado por Harris (baixo), Murray (guitarra) e Thunderstick (bateria). Depois disso, Harris ainda expulsou o baterista e chamou Doug Sampson para assumir o posto. Sem a banda completa, o Iron ficou seis meses ensaiando antes de tocar ao vivo ou arrumar outro integrante.

Não demoraria muito para que o Iron Maiden tivesse um novo vocalista, e em 1978, Paul Di’Anno chegava para assumir os vocais da banda. O novo vocalista trouxe com ele a influência do punk rock, já que era fã dos Sex Pistols e Ramones. Como citei anteriormente, na época o punk ganhava cada vez mais espaço, porém Harris sempre relutou o assedio das gravadoras e seguia firme na sua proposta de tocar heavy metal. Mas com a chegada de Di’Anno e a sua característica vocal de cantar influenciado pelo punk, não dava outra solução a Harris, a não ser alterar um pouco a sonoridade do Iron Maiden. O heavy metal era a base principal da banda, mais com Di’Anno nos vocais, os riffs de guitarra e o andamento das músicas ficaram mais rápidos.

Com a formação completa e a banda ganhando cada vez mais reputação no cenário local, Harris achou que estava na hora de encarar os estúdios, já que na ocasião o Iron Maiden não tinha gravado nenhuma música. Eis que em 78 a banda entra em estúdio para gravar um demo de três músicas, o The Soundhouse Tapes, lançado em 1979. Essa demo é considerava uma das mais famosas da história do rock e uma das mais raras também, sendo que na época a banda lançou apenas cinco mil cópias, todas vendidas. Foram gravadas ao todo quatro músicas, sendo que “Strange World” foi cortada da demo e depois relançada no primeiro álbum da banda. Duas músicas tiveram grande repercussão, a clássica “Iron Maiden”, que até hoje é um hino da banda e “Prowler”, as duas foram regravadas e estão no primeiro álbum, e completava o demo a faixa “Invasion”. Uma curiosidade, todas as músicas foram compostas por Steve Harris. Na época da gravação a formação da Donzela de Ferro era a seguinte: Paul Di’Anno (vocal), Harris (baixo), Dave Murray (guitarra) e Doug Sampson (bateria). A banda hoje é formada por três guitarristas, mais nos primeiros anos, Dave Murray era o principal guitarrista e tocou muitas vezes sozinho, e no decorrer dos anos foi acompanhado por vários guitarristas que acabaram não se firmando. Quando a banda gravou o álbum debut, Murray tinha como companheiro Dennis Stratton, que também não durou muito tempo, mais foi a partir do segundo álbum, “Killers”, que Murray teve um grande guitarrista ao seu lado: Adrian Smith. Bom mais isso é história para um próximo post.

O demo The Soudhouse Tapes (1979) abriu muitas portas para o Iron Maiden, uma delas foi o contrato com gravadora EMI, uma parceria que se mantém até hoje. Com o contrato assinado, Harris planejava o segundo passo da banda, a gravação do primeiro álbum, que aconteceria de fato em 1980. Nesse pouco período a banda ainda passaria por outra alteração da formação, com a saída do baterista Doug Sampson por motivos de saúde, a saída do guitarrista Tony Parsons (que tocou muito pouco com a banda), e a chegada do novo guitarrista Dennis Stratton, que trouxe o excelente baterista Clive Burr. Boa Audição.

Track List

01. Iron Maiden
02. Invasion
03. Prowler

Iron Maiden - "Ivasion"


Site Oficial: Iron Maiden

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

WhoCares

2011 - Out of my Mind/Holy Water
Gênero: Heavy Metal



O cenário musical ainda estremece quando certos nomes são citados e ainda mais quando estão envolvidos em um projeto. Não há como negar a importância que os nomes Tony Iommi, Ian Gillian, Nicko McBrain e Jon Lord, representam para a música.

Em 2011 descobri por acaso a banda WhoCares e fiquei sem reação quando comecei a ler e me deparar com os músicos envolvidos no projeto. Para quem vocês possam entender, o projeto tem como origem um desastre natural, mais precisamente um terremoto de magnitude 6.9 que aconteceu em 1988 na Armênia, devastando o país. Na ocasião o mundo ficou em choque (como acontece em todo desastre natural) e houve uma grande mobilização em solidariedade as vitimas. E nessa época foi criado um projeto chamado “Rock Aid Armenia”, que reuniu grandes nomes do rock para uma única causa, arrecadar fundos para as vitimas. Essa iniciativa rendeu uma coletânea, onde várias bandas acabaram contribuindo. E depois de duas décadas, Tony Iommi (Black Sabbath) e Ian Gillan (Deep Purple), voltaram na Armênia para ver como o dinheiro foi usado e se de fato havia ajudado as vitimas.

Apesar de ter passado duas décadas o projeto continua e por isso Tony Iommi e Ian Gillan decidiram voltar aos estúdios para lançar um single e assim arrecadar mais dinheiro para as vitimas, que mesmo depois de muito tempo, ainda sofrem com a falta de coisas primordiais. E para continuar o projeto, foi criado o WhoCares. É claro que Iommi e Gillan não poderiam dar conta disso sozinhos e para isso chamaram outros grandes nomes da música, como o lendário tecladista Jon Lord (ex-Deep Purple), o eterno batera do Iron Maiden Nicko McBrain, o baixista Jason Newsted (ex-Metallica) e o guitarrista Linde Lindstrom.

O single contém duas músicas, mas por se tratar de uma banda formada por lendas do rock’n’roll, isso é apenas um mero detalhe, o importante nesse caso é a causa e também a sensação de poder ouvir os riffs precisos e marcantes de Tony Iommi, a voz não tão potente, mas afinada de Ian Gillan, as viradas e a condução impecável de Nicko McBrain e som do teclado de Jon Lord.

O single abre com a música Out Of My Mind, que acabou sendo escolhida como a principal, por consequencia virou até um clipe muito bem produzido e também foi incluída no documentário que fala sobre o projeto. Logo de cara somos envolvidos por um som que nos remete imediatamente ao Black Sabbath com os riffs pesados e arrastados de Iommi, a introdução dos teclados com um ar sombrio e a voz de Ian Gillan surgindo na sequencia, após isso o que precensiamos é um misto de Sabbath e Deep Purple, algo indescritível. Os elogios não se resume aos dois, mais a toda a banda, Nicko McBrain como sempre mostrando por que é um dos melhores bateras de heavy metal, sua precisão e condução a bordo da sua “mega-bateria” impressiona. Outro fato interessante é que a música não precisa ter coisas extraordinárias para ser considerada perfeita, prova disso é que os caras mandaram um heavy metal tradicional, mas o que faz a diferença é justamente os músicos que são considerados lendas do rock'n'roll.

Na faixa seguinte a formação é alterada, Jon Lord e Nicko McBrain não participam, com isso Iommi e Gillan são acompanhados por outros músicos. Em Holy Water o clima também é outro, se antes a pegada era voltada para o Black Sabbath, agora é a vez do Deep Purple. A começar pela introdução, que ganha um toque diferenciado por conta do duduk, um instrumento típico da Armênia, muito parecido com a flauta que conhecemos. O som é muito bonito. Assim que acaba a intro, Gillan e Iommi ditam novamente o ritmo, mas dessa vez com uma pegada com a marca do Deep Purple e uma linha mais melódica, riffs enérgicos e uma pitada de rock progressivo, além de doses excessivas de solos. Iommi e Gillan foram acompanhados pelos guitarristas Steve Morris e Michael Lee Jackson, o baixista Rodney Appleby, o baterista Randy Clarke, o tecladista Jessie O’Brien e os responsáveis por tocar o duduk, os músicos Ara Gevorgvan e Arshak Sahakyan.

Não há como não elogiar o projeto WhoCares, digo isso em todos os sentidos, primeiro que é por uma causa muito nobre, algo raro nos dias de hoje e depois em relação ao som, é sempre prazeroso para um metaleiro presenciar um encontro desses, por isso eu disse que não importa a quantidade de músicas – é claro que seria muito bom se tivesse umas dez faixas – mas nesse caso só o fato de ouvir os riffs e os solos do Iommi, a voz do Gillan, a batera do McBrain e o teclado do Jon Lord, já vale e muito a pena, porém o inevitável é aquele desejo de “quero mais”. Boa Audição.

Track List

01. Out of my Mind
02. Holy Water


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Review: Ana Popovic "Unconditional" (2011)


Artista: Ana Popovic
Título: Unconditional
Gênero: Blues
Ano de Lançamento: 2011
Selo/Gravadora: Eclecto Groove Records
Site Oficial: Ana Popovic
Avaliação do Blog: (5 Estrelas)

Esta postagem está inagurando um novo espaço aqui no Blog Jazz & Rock, que será destinado apenas a reviews dos álbuns, mais precisamente dos lançamentos. É a primeira postagem do “projeto” e por isso não soube muito bem qual formato teria, mas o certo é que será diferente das postagens comuns do blog. E para iniciar esse espaço em grande estilo nada melhor que um bom álbum de blues.

A guitarrista e cantora servia Ana Popovic não é nenhuma novidade para os leitores de longa data do Jazz & Rock e por isso não poderia deixar de falar do seu mais recente álbum: Unconditional (2011). Depois de dois anos sem gravar um álbum de inéditas, Ana Popovic surge com um trabalho ousado em todos os sentidos, a começar pela capa, que segundo ela própria diz ser um simbolismo, que significa que não exista exatamente nada entre ela e a sua música, por isso ela ousou em uma capa, que certamente vai render muitos comentários. Mas Ana não parou por ai, a cantora e guitarrista também ousou no repertório e na sonoridade, e quem acompanhou os álbuns anteriores certamente irá notar a diferença logo na primeira música. Ana deixou de lado o blues/pop e partiu para um blues raiz com um toque contemporâneo, mas sem deixar os seus excelentes slides de lado (técnica que ela faz muito bem). O cenário escolhido para a gravação do álbum também deve ter influenciado nesse processo, afinal Nova Orleans inspira qualquer músico, é uma cidade musical, berço de muitos músicos e que acolhe outros milhares que passam por lá. Ana também contou com a participação de grandes músicos, como Sonny Landreth (guitarrista), Jason Ricci (gaita) e os músicos de Nova Orleans, Jon Cleary e David Torkanowsky (hammond B3/piano), Calvin Turne (baixo) e Doug Belote (bateria). A produção ficou por conta de John Porter (vencedor de um Grammy).

O repertório formado por doze canções, sendo oito composições próprias da Ana Popovic. O álbum abre com a empolgante “Fearless Blues”, com Ana soltando a voz com muita energia, em um blues cadenciado, com direito a backing vocals e um solo inspirado. Na sequencia surge “Count Me In”, um blues empolgante do inicio ao fim, o começo é com palmas, o destaque fica por conta do excelente solo de guitarra de Ana e do gaitista Jason Ricci, um duo muito bom. A faixa-titulo “Unconditional” é outra musica que merece destaque, um blues cadenciado e arrastado, a voz da Ana surge suave e segue até dar inicio a mais um solo bem trabalhado, ao melhor estilo da guitarrista, com muita pegada, destaque para o som que a acompanha ao fundo, um belo trabalho do pianista David Torkanowsky, sem dúvida uma das músicas mais bonitas do álbum. “Reset Rewind” começa ao som fascinante do órgão hammond b3 e com Ana mais uma vez mostrando uma voz suave, uma música que apesar de não ser um blues raiz, soa muito bem. A contagiante “Slideshow” surge na sequencia, com direito a muito slide, um momento que certamente foi protagonizado por Ana e o guitarrista Sonny Landreth, o baixista Calvin Turne faz uma grande participação na música, já que ele é o responsável pela excelente linha de contrabaixo que surge ao fundo, quase imperceptível, porém de uma precisão impressionante. Ao ouvir “Business As Usual” a primeira cantora que me veio a mente foi a rainha do blues, Koko Taylor, talvez pela semelhança da cadência da música e pela voz da Ana, fora isso é um blues emocionante e carregada de sentimento, com um solo digno de aplauso. “Summer Rain” está longe de ser um blues raiz, mas mesmo assim merece ser mencionada, já que nessa canção Ana mostra todo seu talento como cantora. “One Room Country Shack” merece o titulo de melhor canção do álbum. A música começa cadenciada, com Ana cantando muito bem, como uma grande cantora de blues, o andamento é arrastado e com pequenos solos de guitarra, acompanhada ao fundo por uma bateria suave e precisa, entre uma pausa e outra no vocal, é a vez do piano surgir sorrateiro e pronto para improvisar, depois Ana retoma o controle e começa um improviso de tirar o fôlego, com muito feeling, mostrando mais uma vez por que ela é uma das melhores guitarristas de blues da atualidade. O álbum encerra com “Soulful Dress”, um blues animado e que relembra um pouco os seus trabalhos anteriores, com solos mais despojados, com direito a arranjo de metais, uma boa música que senão está entre as melhores composições do álbum, serviu para coroar e fechar com chave de ouro esse excelente lançamento.

Não será nenhum absurdo se por caso Unconditional (2011) for citado entre os melhores lançamentos do ano, afinal qualidade para isso é o que não falta. E o que falar da Ana Popovic ? Ela dispensa comentários, é uma grande guitarrista e cantora, prova disso é a sua ousadia em lançar um álbum diferente dos anteriores, um álbum que mostra toda a versatilidade da Ana. Fica a dica.

Ana Popovic - "Unconditional"


Ana Popovic - "One Room Country Shack"

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Warren Haynes

1993 - Tales of Ordinary Madness
Gênero: Southern Rock / Blues / Soul / Funk



Não há como falar sobre Southern rock sem citar o nome do guitarrista Warren Haynes. Considero Haynes um mito e o que não faltam são fatos que comprovam isso. O cara toca no Allman Brothers Band há mais de duas décadas, é fundador da banda de southern/blues rock Gov’t Mule e de quebra ainda arruma tempo para sua carreira solo. Como se isso não bastasse, Warren foi considerado o 23º maior guitarrista de todos os tempos pela revista Rolling Stone.

E como já havia postado um álbum do Gov’t Mule, achei que já era passada a hora de trazer um álbum da carreira solo do Warren Haynes. Apesar da sua vida musical ser intensa, o guitarrista tem na sua discografia solo apenas dois álbuns de estúdio e dois ao vivo, sendo o Live From Bonnaroo (2004) uma obra prima ao vivo e que registrou um dos momentos mais impressionantes da carreira do Haynes. Enfim, isso é assunto para outra postagem.

Tales Of Ordinary Madness (1993) foi o álbum de estreia da carreira solo do guitarrista. Na ocasião do lançamento, Haynes estava no Allman Brothers há pouco mais de dois anos e com certeza estava embalado pelo Southern rock, porém logo no seu primeiro álbum, o guitarrista deixou o obvio um pouco de lado e apostou não só no southern rock, mas em outras sonoridades que assim que apertamos o play, logo percebemos.

O álbum abre com a explosiva “Fire In The Kitchen” e que já coloca o ouvinte em um ambiente com uma pegada blues rock, porém com um diferencial: o groove. Enquanto Haynes manda ver no vocal e na guitarra, o baixista Lincoln Schleifer não economiza nos grooves. Apesar disso, o destaque ainda é a guitarra, onde Haynes simplesmente domina e esbanja criatividade e muito feeling. Em seguida surge “Kiss Tomorrow Goodbye”, um blues empolgante, com riffs poderosos e um toque funk/soul, outra novidade do trabalho solo de Haynes. Eis que aparece a primeira balada do álbum, “I'll Be The One”, que por sinal é excelente, Haynes consegue aliar muito bem o toque suave e cadenciado, com o peso do hard rock, resultando em uma sonoridade impecável e de quebra ainda somos surpreendidos por um grande solo. “Invisible” começa na base do groove, uma grande performance do baixista Lincoln Schleifer, a música segue a mesma base, com Haynes no vocal e guitarra, acompanhado de perto pelos grooves, resultando em um som funkeado, e com direito a um solo descomunal. Na sequencia “Sister Justice”, mantem a mesma pegada da anterior, o som funkeado e dessa vez flertando com o blues. Haynes segue mostrando toda sua versatilidade ao mudar totalmente o clima do álbum com a balada “Angel City”, sem dúvida a mais linda do álbum. “Tatoos And Cigarettes” e “Power And The Glory” são duas músicas bem parecidas, por ter uma pegada voltada para o hard rock, ambas são empolgantes ao extremo, com Haynes mostrando que não é apenas um bom guitarrista, mas também um baita vocalista. Para encerrar o seu primeiro álbum solo, Haynes escolhe a balada “Broken Promised Land”, uma música cadenciada e carregada de sentimento, destaque para o solo inspiradíssimo de Haynes.

O álbum Tales Of Ordinary Madness (1993) foi produzido por Chuck Leavell e todas canções foram escritas pelo próprio Warren Haynes. Na minha opinião é um álbum indispensável para quem acima de tudo curte boa música e depois para quem deseja conhecer um pouco mais do trabalho desse excelente e talentoso guitarrista. Para quem acostumou ouvir o Warren Haynes tocando Southern rock no Allman Brothers, esse álbum irá servir para mostrar a versatilidade e a criatividade desse incansável guitarrista. Fica a dica. Boa Audição.

Track List

01. Fire In The Kitchen
02. Kiss Tomorrow Goodbye
03. Movers And Shakers
04. I'll Be The One
05. Blue Radio
06. Invisible
07. Sister Justice
08. Angel City
09. Tattoos And Cigaretts
10. Power And The Glory
11. Broken Promised Land

Warren Haynes - "Fire In The Kitchen" (Wanee Music Festival in Live Oak Florida)


Site Oficial: Warren Haynes

domingo, 14 de agosto de 2011

Lynyrd Skynyrd

1973 - pronounced leh-nerd skin-nerd
Gênero: Southern Rock



Como já disse o Daniel no post anterior, este não seria o último post sobre essa grande banda sulista. E como ele postou o último disco lançado: "Gods and Guns" de 2009, estou aqui pra postar o primeiro e intenso álbum da que eu considero uma das melhores bandas de todos os tempos.

O que falar deste álbum? Na minha opinião é um dos mais completos álbuns por que contém baladas incríveis, riffs extraordinários, músicas com um peso impressionante do trio de ferro Gary Rossington, Allen Collins e Ed King e fecha com a que eu considero a melhor música de todos os tempos. De começo, temos a irreverência de Ronnie Van Zant fazendo a contagem e chamando os ouvintes pra divertida I Ain't the One, que, como a maioria das canções de Southern Rock, falando da conquista de mulheres.

Depois de "I Ain't the One", temos a balada carregada de sentimento que tem até um lindo solo de e até uma parte orquestral no meio da música Tuesday's Gone. Bem depois, temos a interessantíssima, e com um riff cheio de groove, Gimme Three Steps que, segundo Ronnie Van Zant, conta uma história de um rapaz que estava dançando com uma moça num bar e o marido/namorado sacou sua arma e foi pra cima dos dois querendo matar o rapaz. E o que ele pede humildemente? "Won't you give me three steps / Gimme three steps towards the door?".

Logo depois, vem uma das músicas mais edificantes que já escutei. Simple Man foi escrita logo depois da morte da avó de Van Zant, onde os músicos se reuniram e começaram a escrever os conselhos que suas mães lhe deram. Em relação a música, é incrível o crescimento do ritmo e dos incríveis riffs de Garry Rossington que realmente emociona, porque uma música que fala para você ser simples, honesto e seguir seu coração emociona. E muito...

De Simple Plan para espetacular Free Bird temos três canções não tão badaladas mas que mostram o poder que a banda tem de criar músicas incríveis. Temos a burlesca Things Goin' On, a acústica Mississipi King, que parece ter sido feita em uma plantação de milho sulista entre o intervalo do almoço, e a hard Poison Whiskey que tem riffs incríveis de Ed King e contam os perigos de se tomar whisky batizado pelo Belzebu (risos)...

E para finalizar temos a faixa que foi considerada o 3° melhor solo de guitarra de todos os tempos pela revista Billboard (por mim ficava em primeiro disparado rs). A simplicidade da letra, que incentiva a você a ser um pássaro livre, sem amarras, sem comprometimentos, aliada a balada bem construída com slide guitar de Rossington, grande contribuição. E quando vem o verso "Won't you fly high oh free bird yeah!" e a casa vem abaixo com um supa-dupa-motherfuckin' solo maravilhosamente construído pelo trio Rossington, Collins e Ed King, você se dá conta (espero eu) que escutou um dos melhores álbuns de todos os tempos e não poderia morrer sem ter escutado. Este álbum consolidou o Skynyrd no rock mundial e acredito eu, que se não tivesse acontecido a tragédia de 77 estaria no hall das melhores bandas de todos os tempos!

Track List

01. I Ain't The One
02. Tuesday's Gone
03. Gimme Three Steps
04. Simple Man
05. Things Goin' On
06. Mississipi Kid
07. Poison Whiskey
08. Free Bird

Lynyrd Skynyrd - Simple Man


Lynyrd Skynyrd - Free Bird


Site Oficial: Lynyrd Skynyrd

sábado, 13 de agosto de 2011

Lynyrd Skynyrd

2009 - God & Guns
Gênero: Southern Rock



O Southern Rock chegou definitivamente para ficar no Blog Jazz & Rock. Depois da repercussão positiva em relação à coletânea Southern Rock Gold, postada semana passada, nada mais justo que aproveitar o clima que paira sobre o blog e assim trazer outro álbum de peso para vocês. A primeira postagem do Lynyrd Skynyrd no Blog Jazz & Rock.

Lynyrd Skynyrd é sem dúvida um dos pilares do Southern rock, uma banda que dispensa apresentações. Claro que em um único post seria impossível contar a história do LS, mas a banda surgiu em meados de 1964, quando Ronnie Van Zant e seu vizinho Robert Burns se juntaram com o colega Gary Rossington, que trouxe para a banda o baixista Larry Junstrom. Mesmo assim a banda ainda não estava pronta, pois faltava algo digamos essencial: amplificadores. Não demorou muito para que o problema fosse solucionado, já que o guitarrista Allen Collins, que também era colega de escola dos caras, tinha o tal amplificador, então ele também se juntou a banda. Com a banda formada, eles passaram a ensaiar na garagem da casa de Burns, segundo Gary, todos dependiam de um único amplificador, era o único jeito de tirar um som. Antes de ter o nome oficial, a banda mudou várias vezes, até que em um show o vocalista Ronnie Van anunciou que o nome da banda seria Leonard Skinner, nome do instrutor de ginastica da escola onde estudavam. Depois a banda acabou alterando algumas letras para preservar a identidade do professor. Como tudo na vida, o inicio é sempre sofrido e não foi diferente para o LS, os caras chegaram a ensaiar em um local apelidado de “Hell House”, pois era um barracão de zinco, muito pequeno e quente demais. E foi nesse barracão que o som do Lynyrd Skynyrd começou a tomar forma, como os garotos tinham praticamente o mesmo gosto musical, bastou apenas trazer as influências do blues, country e hard rock para o som da banda. Já em 1973 a banda entrou no estúdio e lançou o seu primeiro álbum “(Pronounced 'Lĕh-'nérd 'Skin-'nérd)” um álbum maravilhoso e que entre todas as canções, está a clássica Free Bird. No ano seguinte a banda voltou aos estúdios e lançou o “Second Helping”. Em 75 e depois de uma série exaustiva de shows o baterista Burns decide deixar a banda. Depois desse episódio a banda ainda lançou um álbum naquele ano e continuou lançando um álbum por ano (76/77). Como é impossível contar todos os detalhes, nesse período muita coisa aconteceu, inclusive a chegada do guitarrista a Steve Gaines e o o épico “One More From The Road” lançado em 1978 pela MCA, um show que resultou em um álbum duplo.

Nesse período a banda estava passando por uma das melhores fases da carreira, já contavam com um reconhecimento, bons álbuns lançados e apresentações antológicas, porém o que não imaginavam era que tudo estava prestes a tomar um rumo inesperado e trágico. Durante as turnês, a banda sempre usou ônibus, mais por questão da quantidade de shows, eles decidiram trocar e passaram a usar um pequeno avião que facilitaria e muito as viagens da banda. O avião foi carinhosamente apelidado de “Free Bird”. No dia 20 de Outubro a banda iria fazer um show no Lousiana State, o avião decolou da cidade de Greenville, com 26 passageiros, entre banda, equipe e dois tripulantes. Durante o vôo o avião apresentou problemas e um dos motores parou, os pilotos tentaram de tudo, porém nada surtiu efeito, na tentativa de uma manobra, o segundo motor acabou parando e o avião começou a perder altitude, como ultima tentavia o piloto ainda tentou desviar o avião para um aeroporto mais próximo, mas sem sucesso. O avião caiu em uma densa floresta e na colisão partiu-se no meio. No acidente o guitarrista Steve Gaines, o roadie Dean Kilpatrick, o piloto e o co-piloto morreram na hora. O vocalista Ronnie e a irmã de Steve, Cassie Gaines também faleceram no local. Na tragédia o guitarrista Allen Collins sobreviveu, porém com muitos traumas na sua saúde. Assim o Lynyrd Skynyrd sairia de cena e entraria para a história, uma carreira impecável, músicos habilidosos e que foram calados por uma tragédia. A banda interrompeu os trabalhos, era claro que não havia mais clima, então os integrantes que sobreviveram começaram a tocar em outras bandas. Anos depois a maldição do acidente ainda permanecia viva, foi então que Collins, um dos cérebros da banda, responsável por grandes composições ao lado do vocalista Roonie, voltou a sofrer com os traumas do acidente. Na época ele tocava na mesma banda que Gary Rossington e após a saída dele, Collins decidiu formar a sua própria banda: Allen Collins Band. Mas foi em 81 que ele sofreu outro baque, com a morte da sua esposa e cinco anos foi ele passou por um outro acidente, dessa vez de automóvel, sua namorada faleceu e Collins ficou paralisado da cintura para baixo e com uma limitação em seus braços e mãos. Isso o levou a parar de tocar guitarra. Collins veio a falecer em 89, vitima de complicações respiratórias.


Em 1990 os familiares de Ronnie Van Zant fundaram a fundação Freebird em memória do cantor. Apesar da tragédia ter assolado o Lynyrd Skynyrd, o sonho ainda continuava de pé, porém era impensável ter a banda de volta sem Ronnie, Steve e Allen. Mesmo assim a banda começou sua nova trajetória e em 1991 lançaram o álbum “Lynyrd Skynyrd”, com o novo vocalista Johnny Van Zart – irmão de Ronnie – e Ed King na guitarra. De lá para cá muita coisa mudou, a banda continuou lançando vários álbuns de estúdio e ao vivo, e também foi sofrendo alterações na formação.

O álbum God & Guns (2009) surge depois de uma pausa de seis longos anos, sendo que o último trabalho havia sido em 2003, o álbum Vicious Circle. Nesse período dois integrantes morreram: Billy Powell (um dos fundadores da banda) e o baixista Ean Evans. Apesar de mais uma baixa, o Lynyrd Skynyrd seguiu seu caminho e trouxe para o novo álbum um som de responsa, com a marca e a pegada característica da banda. O interessante é que os anos se passaram, a formação também, porém a essência continua praticamente a mesma, a formula para uma sonoridade é a mesma, uma boa dose de sourthern rock, com medidas exatas de blues, country e hard rock. Atualmente a banda é formada por Johnny Van (vocal), Rickey, Gary Rossington e Mark (guitarras), Robert Kearns (baixo), Michel Carteolle (bateria), Peter Keys (piano/teclado), Dale e Carol (backing vocal).

Se existe uma palavra que resume o álbum God & Guns (2009), essa palavra é: Perfeição. O repertório é formado por doze canções, uma melhor que a outra, o álbum começa com a explosiva e arrebatadora “Still Unbroken”, que serve para preparar e colocar o ouvinte no clima, com um hardão pesado, a banda mostra uma proposta diferenciada no álbum. Na sequencia surge “Simple Life”, uma canção com um toque mais balada e um refrão grudento demais, em “Little Thing Called You” a banda parece mesclar o peso e com linhas mais melódicas, outra música impecável. Já em “Southern Ways” a sonoridade muda completamente, um rock balada com toques de country, contagiante. “Floyd” também merece ser destacada, uma canção com um andamento cadenciado e que traz novamente o peso das guitarras à tona. “That Ain't My America” é outra balada de tirar o fôlego, com uma letra que ficará registrada na sua memória, curto muito o instrumental dessa música. A banda segue mesclando as baladas com canções mais pesadas e depois de ouvir uma belíssima balada o ouvinte se depara com “Comin Back For More”, um hardão ao melhor estilo Lynynrd Skynyrd. Também não poderia deixar de falar da faixa-titulo “God & Guns”, uma canção com um toque bem country e acordes suaves, até que o peso do hard rock surge, depois disso as palavras simplesmente somem. O álbum encerra com “Gifted Hands”, uma canção belíssima em todos os sentidos, na primeira vez que ouvi o álbum, só essa música, ouvi umas cinco vezes seguidas.

Depois de muita história, encerro aqui o meu primeiro post do Lynyrd Skynyrd no Blog Jazz & Rock, espero que seja o primeiro de muitos, pois a cada que passa estou ficando cada vez mais viciado em southern rock (risos). Espero que tenham lido a postagem e não apenas se preocupado com o download, que nesse caso é apenas um mero detalhe. E peço desculpas caso tenha esquecido algum detalhe, o fato é que tentei resumir ao máximo a história da banda, e sei que dificilmente esse seria um assunto para um único post. Aproveitem o álbum, escutem com vontade e deixe o Southern rock do Lynyrd Skynyrd te levar. Boa Audição.


Track List

01. Still Unbroken
02. Simple Life
03. Little Thing Called You
04. Southern Ways
05. Skynyrd Nation
06. Unwrite That Song
07. Floyd
08. That Ain't My America
09. Comin' Back For More
10. God & Guns
11. Storm
12. Gifted Hands

Lynyrd Skynyrd - "Still Unbroken"


Site Oficial: Lynyrd Skynyrd

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Stevie Wonder

1973 - Innervisions
Gênero: Soul / Rhythm and Blues / Funk



Stevie Wonder... o que falar de um cara que tem 22 Grammys em relação a produção musical e a seus álbuns, além de conseguir um contrato com a Motown Records, grande gravadora de black music da década de 70, com apenas 11 anos. Não tinha muita curiosidade sobre as músicas e o trabalho deste multi-instrumentista, compositor e produtor americano, a única que conhecia até então era a icônica "I Just Call to Say I Love You". No entanto ao ouvir uma de suas composições no filme "Á Procura da Felicidade" e pesquisando mais a fundo outras músicas fiquei fascinado com a profundidade sonora e a qualidade das composições.


Stevland Hardaway Morris nasceu em Saginaw, Michigan em 1951. Desde poucos dias de vida ficou cego, devido a uma má formação nas retinas, doença conhecida como retinopatia da prematuridade, o que não atrapalhou em nada sua vida e muito menos sua música. Aprendeu piano aos 7, aos 10 já tocava baixo, gaita, bateria e violão na igreja batista que a mãe frequentava, já que aos 4 anos seus pais se separaram e ele foi viver com a mãe em Detroit. Depois de conseguir um contrato com uma grande gravadora, teve seus primeiros sucesso com "Fingerprints pt. 2" aos 13 anos. A partir daí, teve vários singles de sucesso como "For Once in My Life" e "I Was Made to Love Her", dentre outras, até chegar a era clássica de sua carreira, na qual se inclui este álbum em particular.

Neste álbum, praticamente não houve participação de outros músicos. Seis das nove faixas do disco foram compostas e gravadas totalmente por Stevie, que também escreveu e arranjou todas as músicas do álbum. Além disso, ele também produziu o álbum a partir do sintetizador ARP, que pode criar ambientes musicais complexos, sendo assim o primeiro artista negro a utilizá-lo com frequência em todo o álbum. As letras lidam com temas variados, indo do abuso do uso drogas em "Too High", passando pela raiva social em "Living For The City", pelas baladas "Golden Lady", "All in Love is Fair" e "Visions", pela gospel "Jesus Children of America". Além destes tem a música "Higher Ground", contida na trilha sonora do filme supracitado, que foi por onde iniciei a escutar o seu trabalho clássico. Enfim confiram todo o groove e soul deste álbum vencedor de três Grammys que emana o som deste que já foi considerado pela sua gravadora até hoje como o "The 12 Year Old Genius". BOA AUDIÇÃO!!!

Track List

01. Too High
02. Visions
03. Living for the City
04. Golden Lady
05. Higher Ground
06. Jesus Children of America
07. All in Love Is Fair
08. Don’t You Worry ’bout a Thing
09. He’s Misstra Know-It-All

Stevie Wonder - Higher Ground


Stevie Wonder - Golden Lady


Site Oficial: Stevie Wonder

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Nina Zilli

2010 - Sempre Lontano
Gênero: Rhythm and Blues / Jazz / Pop



Ah... a Itália. Sua música não é tão conhecida, exceto quando nos deparamos com uma novela global de época e algumas pedras cantadas como "Funiculi Funicula" voltam a tona. No entanto, neste mesmo país teve uma cena bem interessante de rock progressivo na década de 70 que desenvolveu bandas muito interessantes como Banco del Mutuo Soccorso, Alphataurus, Eneide, Museo Rosenbach, Le Orme, dentre outras. E depois de jogar (sim sou um gamer, com orgulho!!!) algumas vezes Pro Evolution Soccer 2011, conheci o trabalho bem interessante desta

Nina Zilli, pseudônimo da cantora e compositora Maria Chiara Fraschetta, tem este álbum como debut. Em suas influências musicais se destacam as músicas italianas da década de 60, de onde ela tira maior inspiração, principalmente no estilo pin-up, do rock e do punk setentistas, pela qual já teve até uma banda chamada The Jerks, do R&B, soul e até do reggae. Com uma voz marcante e um estilo bem interessante, conseguiu até chegar as paradas de sucesso da Itália.

Deste álbum recomendo todas as músicas, principalmente "50mila", "L'Inferno", que estão no soundtrack do jogo Pro Evolution Soccer 2011 (que, cá entre nós, evoluiu bastante em relação as trilhas sonoras anteriores) "L'Uomo Che Amava le Donne" e "L'Amore Verrà". Enfim, se parlarem italiano (tão bem como o meu e do Google Translator rs), voglio un Buon Udito!!!

Track List

01. 50mila (part. Giuliano Palma)
02. Il Paradiso
03. L'Uomo Che Amava le Donne
04. L'Inferno
05. Penelope (part. Smoke)
06. L'amore Verrà
07. Bacio d'a(d)dio
08. C'era una Volta
09. Come il Sole
10. Tutto Bene
11. No Pressure
12. Bellissimo

Nina Zilli - L'Uomo Che Amava le Donne


Nina Zilli - L'Inferno

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Site Oficial: Nina Zilli

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Various Artists ( Southern Rock Gold )

2005 - Southern Rock Gold
Gênero: Southern Rock



É com grande entusiasmo que estou publicando esta coletânea aqui no Jazz & Rock. Já comentei em outras postagens que durante muito tempo consegui resistir, mas de uns tempos para cá, confesso que estou ouvindo mais Southern rock do o próprio jazz. Ainda sou um mero iniciante quando no assunto, afinal é um universo repleto de bandas para conhecer, assim como o jazz. Duas bandas foram decisivas para que eu ficasse viciado em Southern rock: The Allman Brothers Band e o Derek Trucks Band. Ouvi muito as duas bandas e depois achei que era o momento de procurar e conhecer outras bandas do gênero. E como a internet sem dúvida uma ferramenta importantíssima, na época fiquei sabendo da coletânea Southern Rock Gold (2005) e desde então comecei uma busca alucinante, até que finalmente – tempos depois – a encontrei.

A coletânea Southern Rock Gold (2005) é o que conheço de melhor para quem anseia desbravar o universo do Southern rock, é uma coletânea dupla, com 32 canções e aproximadamente duas horas e meia de boa música. O primeiro disco abre com uma das bandas que é referência no Southern rock, o Lynyrd Skynyrd e a clássica “Sweet Home Alabama”, na sequencia eis que surge The Allman Brothers Band com a música “Ramblin' Man”. Depois disso surge outros nomes dos anos setenta e que no meu caso eram totalmente desconhecidas, como Marshall Tucker Band, The Charlie Daniels Band, Hatchet Molly, Elvin Bishop, Ozark Mountain Daredevils, 38 Special, Kentucky Headhunters, entre outras. No segundo álbum temos o lendário Gregg Allman, Outlaws, o cantor Johnny Van Zant, e no final ainda reserva a clássica “Free Bird” do Lynyrd e “Whipping Post” do Allman Brothers, duas músicas para fechar com chave de ouro. O interessante é que coletânea traz uma ou mais músicas de algumas bandas, o que sem dúvida ajuda e muito quem está conhecendo, e também abre espaço para bandas e artistas pouco conhecidos no cenário do Southern rock, como é o caso da banda do Texas Arc Angels.

Southern Rock Gold (2005) foi lançada pelo selo Hip-O Records e traz em seu encarte um artigo de nove páginas sobre o Southern rock, escrito por Scott Schinder. E como não poderia ser diferente, é sem dúvidas uma das melhores do gênero, servindo como um ótimo material de pesquisa para os iniciantes que estão se aventurando pelo Southern rock. O que não faltam são motivos para não adquirir a coletânea original (algo que pretendo fazer em breve). Então a dica que eu dou é a seguinte: apreciem sem moderação e use todas as informações possíveis contidas na coletânea para ampliar o seu conhecimento em Southern rock. Se antes você não curtia Southern rock por não saber o que ouvir ou por onde começar, agora não terá mais desculpas. Boa Audição.

Track List

Disco 1

01. Lynyrd Skynyrd - Sweet Home Alabama
02. Allman Brothers Band - Ramblin' Man
03. Marshall Tucker Band - Heard It In A Love Song
04. Ozark Mountain Daredevils - If You Wanna Get To Heaven
05. Charlie Daniels Band - The South's Gonna Do It Again
06. Elvin Bishop - Fooled Around And Fell In Love
07. Atlanta Rhythm Section - Champagne Jam
08. 38 Special - Hold On Loosely
09. Molly Hatchet - Flirtin' With Disaster
10. Blackfoot - Highway Song
11. Steve Earle - Guitar Town
12. Kentucky Headhunters - Walk Softly On This Heart Of Mine
13. Sea Level - Nothin' Matters But The Fever
14. Dixie Dregs - Refried Funky Chicken
15. Stillwater - Mind Bender
16. Outlaws - Green Grass And High Tides

Disco 2

01. Georgia Satellites - Keep Your Hands To Yourself
02. Delaney & Bonnie & Friends - Only You Know And I Know
03. Gregg Allman - Midnight Rider
04. Wet Willie - Keep On Smilin'
05. Little Feat - Dixie Chicken
06. Outlaws - There Goes Another Love Song
07. Wet Willie - Street Corner Serenade
08. Elvin Bishop - Travellin' Shoes
09. Atlanta Rhythm Section - So Into You
10. Johnny Van Zant - Coming Home
11. Rossington Collins Band - Don't Misunderstand Me
12. Arc Angels - Living In A Dream
13. Cowboy - Please Be With Me
14. Marshall Tucker Band - Can't You See
15. Lynyrd Skynryd - Free Bird
16. Allman Brothers Band - Whipping Post

Lynyrd Skynyrd - "Free Bird" (Live in 1977)


The Allman Brothers Band - "Ramblin'Man"

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Proposta de Lei visa criminalizar o MP3, entre outras coisas.

Não sei quem aqui está por dentro desse assunto, creio que poucos, afinal está longe de ser prazeroso acompanhar o que se passa dentro daquele antro, chamado Congresso Nacional. O nosso dever como patriotas (não de copas do mundo), seria fiscalizar o trabalho de deputados e senadores, algo que infelizmente não acontece, até pelo desinteresse, entre outros fatores.

Na semana passada, enquanto lia as noticias na internet, algo me chamou a atenção. Era uma matéria sobre a proposta do Projeto de Lei 84/99 (conhecido como PL Azeredo). O Blog Jazz & Rock não tem um espaço destinado a política, mas ao ler a matéria e ficar indignado, achei que tal assunto é de interesse público e todos devem estar cientes de quão prejudicial e arcaica é esse projeto, que por muito tempo circulou no câmara, porém agora, tramita em caráter de urgência.

Segue na integra a matéria extraida do Blog Combate Rock, do Estadão.

Avança no Congresso proposta que criminaliza MP3.

Por Saulo Luz

Cadeia para quem compartilhar sua rede de banda larga de internet wi-fi com os vizinhos, compartilhar músicas pelo bluetooth do aparelho celular ou usar softwares para desbloquear mídias de DVDs e assisti-las no computador. É isso o que pode acontecer caso seja aprovado na Câmara o Projeto de Lei 84/99 (conhecido como PL Azeredo) que tramita em caráter de urgência e pode ser votado a partir da terça-feira.

O PL nasceu no Senado, onde foi aprovado rapidamente e de forma obscura. Quando chegou na Câmara, recebeu o apelido de AI-5 digital e foi posto como substitutivo a um projeto do ex-deputado Luiz Piauhylino.

“O preocupante é que, agora, a proposta tramita com urgência. Isso significa que já entra na pauta de votação assim que a Câmara voltar do recesso parlamentar – ou seja, na próxima terça, quando recomeçam as sessões. Se for aprovado, o que representaria um retrocesso, iria direto para sanção presidencial”, diz Guilherme Varella, advogado do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) – que ) lançou uma campanha contra o projeto, com abaixo-assinado (na página) www.idec.org.br/campanhas/facadiferenca.aspx?idc=24

Polêmica

O PL é bastante polêmico ao limitar a disseminação de informações na rede. A proposta trata de crimes cibernéticos e criminaliza práticas comuns de internautas como digitalizar e guardar suas músicas num MP3 player ou computador – mesmo que o consumidor tenha passado para computador as músicas de um CD que comprou.

“Além disso, seria considerado criminoso o consumidor que compartilhasse com seus vizinhos seu acesso à internet através de redes Wi-Fi ou que utilizasse plenamente serviços de voz sobre IP na rede, como o Skype”, diz Guilherme Varella.

Até a prática e usa softwares para destravar e poder assistir a DVDs bloqueados (que só rodam no DVD player) no computador seria crime. “Nesse caso, a proposta prevê detenção de 1 a 3 anos para quem fizer isso. Ou seja, o consumidor não teria nem a permissão para usar como deseja o produto que comprou.”

Para juntar provas necessárias para incriminar o consumidor, o projeto prevê ainda que os provedores de internet retenham mais que o necessário das informações sobre os históricos de navegação dos consumidores na rede.

“Em caso de ‘crimes ou violações’ da lei, os provedores teriam a responsabilidade de denunciar o consumidor, que passaria a ser um criminoso. Isso é preocupante no cenário brasileiro em que inexiste uma lei de proteção de dados pessoais. Vale lembrar que, na internet, praticamente todas as ações passam por relações de consumo (desde o comércio eletrônico até às redes sociais). Portanto, devem valer os princípios do Código de Defesa do Consumidor de transparência e boa-fé, e não de monitoramento e restrição de direitos, como quer o projeto”, diz o advogado Varella.

Além do Idec, a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Pro Teste) também teme que a proposta limite a liberdade dos consumidores na internet. “Lógico que é importante se monitorar a segurança na internet, violações aos direitos autorais, mas sem abusos. Mas não se pode criminalizar práticas comuns dos internautas, como digitalizar músicas. Antes, é preciso uma discussão do assunto com a sociedade”, diz Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Pro Teste.

Varella concorda: “É essencial garantir os direitos na internet antes de criminalizar as condutas. Assim, antes do PL 84/99, é preciso aprovar o Marco Civil da Internet e a lei de proteção de dados”.

No Blog Combate Rock você pode ler a matéria e o comentário do editor: Clique Aqui

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