sábado, 31 de janeiro de 2009

Márcio Faraco

Márcio Faraco é violonista,compositor, arranjador e cantor, está alcançando o reconhecimento mundial como uma das personalidades mais originais e inovadoras da nova música popular brasileira. O nome dele pode soar desconhecido para você, já que ele faz muito mais sucesso no exterior do que no Brasil. Ele é gaúcho, porém viveu grande parte da sua adolescência e juventude em Brasília, sua história é muito interessante, chegou a largar a faculdade de Direito em Brasília para tentar carreira musical no Rio, já possuia um extenso currículo, que incluía shows pelo país, prêmios em festivais, composições em vários estilos — canções, rock, baladas, bossa nova. Mas queria muito mais. No Rio, bateu perna, tocou na praia, em bares, fez amigos, compôs com e para Cássia Eller, conheceu Vanessa — uma francesa nascida em Cannes com quem é casado até hoje —, mas não conseguiu furar o bloqueio das gravadoras. E decidiu arriscar a vida na França.

“Ninguém nem queria ouvir a minha música aqui” – lembra Márcio Faraco sem esconder certa mágoa, que virou um princípio de depressão quando, anos depois, em nova tentativa de gravar o primeiro disco, pediu ajuda ao amigo mais ilustre. Mas de nada adiantou o apadrinhamento de Chico Buarque, que conhecera em 1994 na gravação de um programa de televisão, quando ele trabalhou como violonista e arranjador. Chico circulava com um CD demo de Márcio pelo Rio, mostrando o som do amigo para todo mundo, mas as portas das gravadoras brasileiras continuaram fechadas. ‘‘Eles não querem você, não. Se vira por aí’’, disse Chico.

Finalmente, depois de anos tentando, acabou conseguindo contato — e contrato — com uma gravadora, a Universal, graças à intermediação do músico francês Didier Sustrac, com quem tocava. Em 1999 lançou o primeiro CD, “Ciranda”. O disco foi bem recebido pela crítica, lançou Márcio Faraco ao hall da fama e já vendeu 60 mil cópias. Quatro anos depois, com o segundo CD, “Interior”, 30 mil cópias vendidas em poucos meses, Márcio ganhou resenhas elogiosas de críticos que chegam a compará-lo a Antônio Carlos Jobim. Isso mesmo, Tom Jobim. ‘‘Eles fazem essa ligação porque acham que eu faço Bossa Nova. Mas eu não faço Bossa Nova. Só uma ou outra música é bossa. E tem também o jeito intimista com que eu canto e, claro, a influência do Tom, que foi um grande compositor e maestro’’, justifica Márcio, acrescentando, porém, um detalhe para reforçar a diferença: ‘‘Eu não sou cantor’’.

Sua música é variada, essencialmente acústica, com harmonias ricas, bem elaboradas que dão a base para melodias sensíveis e agradáveis e letras bem trabalhadas. Os críticos costumam elogiar o sentimento que suas canções e interpretação transmitem ao ouvinte.

A música do Márcio começa a ser conhecida no Brasil agora, com o lançamento dos seus álbuns, o mais recente “Um Rio” mostra toda essa musicalidade citada anteriormente, com um som muito bem feito e letras excelentes que tocam você na primeira audição. Torço para que o Brasil dê o devido valor a esse músico e compositor que é tão apreciado e reconhecido no exterior.

Depois que você ouvir, deixe um comentário sobre o que achou da música do Márcio Faraco.

2008 - Um Rio
Gênero: MPB/Bossa Nova



Track List

01. Kanoe
02. Um rio
03. Cidade miniatura (participação: Milton Nascimento)
04. A quoi ca sert l'amour
05. Berceuse
06. Rua abaixo
07. Adrenalina
08. Em segredo
09. O guardador de rebanhos
10. No balanço do mar
11. Calmaria

Site Oficial: Márcio Faraco

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Produtora confirma Kiss no Brasil

Produtora confirma shows do Kiss no Brasil !! – É isso mesmo, não adianta limpar o óculos ou passar a mão nos seus olhos achando que isso é ilusão (risos).

A Produtora Time For Fun divulgou que a banda de hard rock Kiss fará dois shows no Brasil no mês de abril. Os shows fazem parte da turnê “Alive 35”, que comemora os 35 anos de carreira do Kiss. A última vez que o Kiss veio ao Brasil foi em 1999.

As apresentações ocorrem no dia 07/04 em São Paulo na Arena Anhembi e no dia 08/04 no Rio de Janeiro na Praça da Apoteose. Os ingressos começaram a ser vendidos dia 12 de fevereiro em São Paulo os preços vão de R$ 170 (pista inteira) a R$ 350 (Vip).

O Kiss vem para os shows com a formação clássica da banda, Gene Simmons (baixo) e Paul Stanley (guitarra), além de Tommy Thayer (guitarra) e Eric Singer (bateria). O repertório dos shows conta com clássicos da banda como “Rock’n’roll all nite”, “Deuce”, “Detroit Rock City” entre outras. Em breve eu posto um áudio do show que o Kiss realizou pela mesma turnê em Copenhagen, pelo que vi de todas as gravações na turnê atual o set list não muda muito. Mais isso é apenas uma especulação, já que futuramente eles devem divulgar o set list oficial para os shows no Brasil.

KISS EM SÃO PAULO

Início das Vendas
: Pré-Venda entre 5 e 11/02; Vendas em geral a partir do dia 12/02.
Vendas por telefone: (11) 2846-6000 ou 0300 789 6846, das 9h às 21h - segunda a sábado.
Vendas pela internet: Ticketmaster
Valores: R$ 170 (pista) e R$ 350 (pista vip)

KISS NO RIO DE JANEIRO

Início das Vendas: Pré-Venda entre 5 e 11/02; Vendas em geral a partir do dia 12/02.
Quando: 08/04, a partir das 21h30
Valores: R$ 160 (pista) e R$ 350 (pista vip)

OBS: A pré-venda é apenas para clientes Citibank.

Site Oficial: Kiss

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Pata de Elefante

2004 - Pata de Elefante
Gênero: Rock Instrumental



Conheci o som da banda Pata de Elefante através do Blog do Lenhador, uma banda nacional e com um som de excelente qualidade, desde que conheci não parei mais de ouvir. A banda Pata de Elefante surgiu em janeiro de 2002, formada por Gabriel Guedes, Daniel Mossmann e Gustavo Telles. O trio se diferencia por fazer rock instrumental com ênfase nas melodias. São canções instrumentais que atingem em cheio ao público acostumado a ouvir música com vocal. Gabriel Guedes e Daniel Mossman revezam entre guitarra e baixo, imprimindo a dupla sonoridade característica do grupo, sustentada pela bateria de Gustavo Telles. "Pata de Elefante" lançado em 2004 é o primeiro álbum da banda. Vale a pena conferir.

Track List

01. Soltaram
02. O Dia Em Que A Casa Caiu
03. Funkadelic
04. Não Fique Triste
05. Angelita
06. Cidade Invisível
07. Sooopraaa!!!
08. Daniela
09. Não Esqueça O Remédio
10. Bolero
11. Gato Que Late
12. Tudo Vai Ficar Bem
13. Isso É O Que Eu Tenho Para Dizer
14. Dor De Siso
15. Pata De Elefante

Clipe: Pata de Elefante "Pata de Elefante"



Site Oficial: Pata de Elefante

sábado, 24 de janeiro de 2009

S.M.V

(Victor Wooten, Stanley Clarke, Marcus Miller)

Três baixistas que dispensam qualquer comentário, quem é baixista ou acompanha o cenário jazzístico deve conhecer-los pelo menos de ouvir falar.

Stanley Clarke, Marcus Miller e Victor Wooten (SMV), o grupo foi formado em 2008, o “projeto” deu certo quando os três se apresentaram em um concerto realizado pela “Bass Player”, então no mesmo ano o álbum “Thunder” foi lançado e começaram a turnê mundial.

Um breve histórico sobre os três, Stanley Clarke é considerado uma lenda viva, diz que ele conseguiu fazer com o baixo o mesmo que Louis Armstrong e Charlie Parker fizeram com o trompete na época em que tocavam. Considerado um baixista virtuoso, conseguiu colocar seu nome no cenário jazzístico de forma rápida, tocou com Stan Getz, Horace Silver e Al Di Meola, lançou álbuns solos e fez participações em filmes. Marcus Miller é compositor e músico de jazz. Já tocou com grandes músicos entre eles: Miles Davis, David Sanborn (saxofonista americano), Bee Gees, Frank Sinatra, Mariah Carey e até Djavan. Miller foi treinado classicamente como um clarinetista, e toca também o clarinete baixo, teclado, saxofone, e guitarra, e é um cantor competente. Miller abriu caminhos no desenvolvimento de uma técnica chamada de "slapping". Sua habilidade no baixo "fretless" (sem trastes) levou o instrumento para contextos musicais previamente inexplorados com qualquer tipo de baixo elétrico, alem do mais Marcus Miller nunca escondeu sua admiração e sua influência do baixista Jaco Pastorius. Cedo na sua carreira, Miller era acusado de imitar demais o estilo do Pastorius, inegavelmente uma influência que era, e ainda é enorme. Victor Wooten, é um dos mais conceituados baixistas da atualidade, é de uma família de 5 irmãos (sendo ele o mais novo), todos seus irmãos tocavam ou cantavam, na época que Victor tinha 3 anos seu irmão mais velho começou a lhe ensinar a tocar baixo. Victor fez sua estréia profissional aos 5 anos no “The Wootens”, a banda de cinco irmãos. Desde então a sua fama não tem parado de crescer. Tocou com os grandes - Branford Marsalis, Chick Corea, Jaco Pastorius, etc. - e recebeu diversos prêmios, incluindo dois “Nashville Music Awards” e três (sem precedentes) para o melhor baixista do ano atribuídos pela “Bass Player Magazine” e ganhou igualmente dois Grammy's.

Depois do breve histórico já da para imaginar como é o álbum “Thunder”, um som da mais alta qualidade, instrumental de tirar o fôlego, eu particularmente – apesar de não ser músico – nunca ouvi nada parecido, ainda mais envolvendo três grandes baixistas, um som irresistível do começo ao fim. Se você não gosta de jazz fusion, depois de ouvir esse álbum vai mudar radicalmente de opinião.

2008 - Thunder
Gênero: Jazz Fusion



Track List

01.SMV
02.Thunder
03.Hillbillies On A Quiet Afternoon
04.Mongoose Walk
05.Los Tres Hermanos
06.Medley: Lopsy Lu/Silly Putty
07.Milano
08.Interlude: Classical Thump/Where's Stanley?
09.Tutu
10.Lil Victa
11.Pendulum
12.Interlude: 'Lemme Try Ya Bass'
13.Grits




Site Oficial: SMV, Stanley Clarke, Marcus Miller e Victor Wooten

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Daniel García e Tangoloco Quinteto

Beatles é sempre Beatles, suas músicas nunca serão esquecidas, existem regravações nos mais variados gêneros musicais, eu conheço versões em jazz, blues, chorinho e agora em tango. Sim, o legítimo tango de Buenos Aires se rende aos Beatles.

Tangoloco é um projeto idealizado e produzido pelo pianista/compositor argentino Daniel García, o Quinteto é conhecido pela fusão que faz do tango com outros ritmos, e no álbum “Tangos de Liverpool” isso fica evidente, a fusão perfeita entre as canções dos Beatles e o tango argentino. Daniel García e Tangoloco apresentam canções como: “Eleanor Rigby”, “Michelle”, “Ticket To Ride”, “Sargent Pepper's Lonely Hearts Club Band”, “Day Tripper”, “Yesterday”, “Yellow Submarine” e por fim uma música para finalizar com maestria o excelente trabalho “Crazytango” (Tangoloco), um instrumental de tirar o fôlego.

Tangoloco Quinteto é formado por: Daniel García (piano e arranjos); Walter Castro (bandoneón); Horacio Montesano (guitarras); Horacio "Mono"Hurtado (contrabaixo), e CristianColaizzo (bateria).

2004 - Tangos de Liverpool
Gênero: Tango



01. Eleanor Rigby
02. Michelle
03. The Fool On The Hill
04. Ticket To Ride
05. And I Love Her
06. Sargent Pepper's Lonely Hearts Club Band
07. If I Fell
08. Day Tripper
09. Yesterday
10. While My Guitar Gently Weeps
11. Yellow Submarine
12. Crazytango

Tangoloco - "Day Tripper/Libertango" (DVD - Live in Buenos Aires)


Site Oficial: Tangoloco

sábado, 17 de janeiro de 2009

Ed Motta

2001 - Dwitza
Gênero: Jazz/Samba/Progressivo/Funk/Soul/Bossa Nova



Comentar sobre um álbum do Ed Motta não é tarefa muito fácil, ainda mais para quem não é músico, como é o meu caso. Eu sou fã do som do Ed Motta e aos poucos vou apreciando cada álbum e descobrindo cada fase do seu trabalho. A resenha a seguir, possui trechos extraidos do texto criado por: Marcello Rocha.

“Dwizta” álbum lançado em 2001 e mostra outra faceta do som do Ed Motta, um álbum que mostra toda maturidade e cultura musical do Ed, com um som moderno, um som refinado e que parece tão experimental. O disco traz um repertório basicamente instrumental (à exceção de duas faixas) no qual a voz de Ed entra como pano de fundo, nos vocalises jazzísticos que ele vem testando desde os tempos do álbum “Entre e Ouça”. O álbum é difícil de ser ouvido principalmente no começo e para quem está acostumado com o lado pop dos outros trabalhos do Ed, “Dwzita” é um pouco de tudo, desde jazz, rock progressivo, soul, funk, bossa nova, samba-jazz e até uma música que lembra trilha de musical, e claro quem é músico vai conseguir captar toda riqueza musical que esse álbum passa – coisa que não consegui. “Dwizta” é a realização de um desejo musical do Ed, ele que disse na época “Escuto muito mais música instrumental do que música cantada. Meu jeito de cantar é muito mais influenciado por saxofonistas, trompetistas, trombonistas do que por cantores. Gosto de tudo, mas o jazz sempre teve um espaço especial dentro da minha discoteca", revela o músico, que assina a maioria das músicas e arranjos do CD.

Como já foi dito, o álbum é basicamente instrumental, com exceção de músicas que são cantadas, “Doce Ilusão” (escrita por Nelson Motta) e “Coisas Naturais” (parceria com Ronaldo Bastos).

O próprio Ed Motta fez um paralelo interessante com a tradição do churrasco gaúcho para explicar o álbum: “A carne só precisa de sal, mais do que isso você já está começando a tirar os elementos naturais dela. Dwizta é mais ou menos assim. É uma espécie de churrasco de música, que soa o mais natural possível”.

Bom agora é você ouvir e apreciar cada nota, cada arranjo desse álbum sensacional.

1. Um Dom Para Salvador
2. No Carrão Eu Me Perdizes na Consolação
3. Sus-Tenta
4. Doce Ilusão
5. Lindúria
6. Valse Au Beurre Blanc
7. Amalgasantas
8. A Balada do Mar Salgado
9. Coisas Naturais
10. Malumbuio
11. Madame Pela Umburgo
12. Cervejamento Total
13. Papuera
14. Instrumetida

Site Oficial: Ed Motta

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

O Teatro Mágico



Por Igor Almeida

Cênico, Sônico e Incrível. Eu definiria assim o “Segundo Ato” desse “Teatro Mágico,O”.O disco é totalmente ambientado, de deixar Dark Side of The Moon com medo. Música estranha, rotulam uns. Poesia cantada, música de dentro das entranhas, eu definiria.

As músicas fogem completamente do tipo e de estereótipos de música de rádio, ou vendável.Suas canções dão um valor incrível para as letras, sem perder em nada na parte musical.

O disco abre com um rito, um convite à entrar no clima mágico do teatro. Caindo de cara numa música que vagueia pelas terras do Rush. Desembocando na terceira faixa “Zé Ramalhica” misturado com algo não discernível! Por aí você tem uma noção do que é “O TEATRO MÁGICO”. O incrível do cd é: as músicas todas estão interligadas, tanto por letras como por sons.

Infelizmente me falta espaço para falar detalhadamente de todas músicas – coisa essa que o disco merece exaustivamente.

Mas, para deixar gostinho na boca, vou falar da música que mais me encantou no disco todo. “XANÉU Nº5”. Letra - Clique Aqui.

A música é um trocadilho constante, interpretada Fernando e Zeca Baleiro. Junte todo seu ódio pela TV dentro de uma mente inteligentíssima: Essa é a música!

Ficar falando muito não adianta, ainda mais sobre o Teatro Mágico. Afinal, as canções do Teatro falam sozinhas! Tem vida própria e corpo no disco, no próximo ato, NO SEGUNDO ATO!

2008 - Segundo Ato



Track List

01. Amadurecência
02. O Merito e o Monstro*
03. Cidadão de Papelão*
04. Pena*
05. Opus Erectus (Allegro Ma Nem Tanto)
06. Sina Nossa
07. Si Atromiso
08. Criado Mudo*
09. Sonho De Uma Flauta
10. (!)
11. Eu Não Sou Chico Mais Quero Tentar
12. @s!@
13. Alguma Coisa
14. Abacaiado
15. Xanéu Nº 5*
16. A Metamorfose, ou Os Insetos Interiores, ou O processo
17. A Primeira Semana*
18. F Chopin (Opus 64cm)
19. "..."*

Site Oficial: O Teatro Mágico
Site Oficial: TRAMA

Novo Filmworks de John Zorn em breve


Fã de cinema e de compositores de trilhas sonoras como Ennio Morricone, desde 1986 John Zorn tem escrito músicas para documentários, filmes independentes, desenhos animados e comerciais. Esse trabalho tem sido constantemente lançado pelo selo Tzadik como uma série de álbuns intitulada "Filmworks". Até agora o número de álbuns já soma 22. Só no ano passado foram quatro. No início desse ano vai ser lançado o novo trabalho "Filmworks XXIII: el General", reunindo 11 faixas escritas para um documentário sobre a vida do polêmico ditador mexicano Plutarco Elias Calles.

Segundo informações no sítio da Tzadik, a música de "El General" inclui elementos da tradição hispano-mexicana, ao som de violão, marimba, acordeão e baixo. Para quem não conhece vale a pena conferir os álbuns da série. A música de "Filmworks" é bastante variada, inclui participações de músicos diversos, como Cyro Baptista, Anthony Coleman, Marc Ribot, David Shea, Naná Vasconcelos, Joey Baron, Erik Friedlander, Ikue Mori e muitos outros, e tem sido uma ótima oportunidade para Zorn experimentar novos sons.


Sítio na web: Tzadik, John Zorn MySpace

Uma colaboração do blog FANTOJAZZ

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Torsten Goods

Já faz um tempo que eu queria mostrar o som desse guitarrista, que vem ganhando muita notoriedade no cenário jazzístico. Eu particularmente amo esse estilo de jazz, e posso estar errado até por que não sou músico, mais o jeito dele tocar lembra e muito John Pizzarelli.

Torsten Goods é filho de mãe irlandesa e pai alemão, começou sua carreira aos 14 anos, e tem como principais influências, George Benson, Bireli Lagrene, Wes Montgomery, Django Reinhardt, Stevie Wonder, Kenny Loggins e Freddie Mercury. De 2001 a 2003, Torsten ganhou uma bolsa para estudar guitarra na renomada New School University em Nova Iorque. Em 2005, foi um dez finalistas do famoso "Thelonious Monk Jazz Guitar Competition", isso o ajudou para que ganhasse mais notoriedade no cenário músical.

Sua discografia atual conta com cinco álbuns oficiais, seu primeiro álbum lançado em 2001 "Manhattan Walls", Steppin (2004), "Jazzy Christmas" (2005), "Irish Heart" (2006) e o atual "1980" (2008).

E outro grande problema é a falta de informação sobre ele, nenhum site em português fala sobre e o que você encontra sim em grande quantidade são vídeos no Youtube - inclusive esses que postei aqui para vocês.

Apesar de ter cinco álbuns lançados é bem raro de encontra-los, até quem tiver ou conseguir e quiser enviar para o Blog Jazz e Rock ficarei muito feliz. (risos). Espero que gostem do som do Torsten, para ouvir ou conhecer um pouco mais tem a opção do site e myspace.

Site Oficial: Clique Aqui
Myspace: Clique Aqui

Blues For Joey (TV Show - Hallo Berlin)


No Religion


Crazy Little Thing Called Love


segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Podcast - Os maiores trompetistas do Jazz

O grande Freddie Hubbard: falecido em 30/12/2008


Download (clique botão esquerdo para ouvir no Wyndows Media Player (ou cole a o link no campo URL do player)/ clique botão direito + salvar destino como para baixar)


playOuvir (em pop-up)


Ola queridos amigos e visitantes do Blog Farofa Moderna. Primeiramente, Feliz Ano Novo a todos! Segundo, sejam bem vindos a mais um programa do nosso Podcast Farofa Moderna. Esse programa é totalmente dedicado aos maiores trompetistas da história do Jazz, mais a partir do Jazz Moderno, e segue numa trilha que começa com o Bebop de Dizzy Gillespie, passa pelo hard bop de Lee Morgan, depois passa pelo post-bop de Woody Shaw até aportar-se no neo-bop de Wynton Marsalis. Todos esses nomes – bebop, hard bop, post-bop, neo-bop – parece, num primeiro momento, deixar a apreciação um tanto difícil para quem está começando a se interar do universo jazzístico. E apesar de algumas pessoas optarem por não querer saber sobre o quê os rótulos representam, há outras que querem entender as características de cada um deles e as diferenças entre eles, pois são nada mais do que nomenclaturas usadas para denominar estilos e épocas do Jazz. É com essa intenção de mostrar esses estilos que eu escolhi uma linhagem de trompetistas com influências em comum, a qual começou com Dizzy Gillespie e foi se desdobrando na história do Jazz cada um influenciando o outro subseqüente: ou seja, Dizzy influenciou Clifford Brown que influenciou Lee Morgan e Donald Byrd; Clifford Brown influenciou Freddie Hubbard que influenciou Woody Shaw e Wynton Marsalis. Aliás, um outro fato interessante é que, com exceção de Dizzy Gillespie que começou a carreira com Charlie Parker na década de 40 e de Woody Shaw que foi descoberto por Chico Hamilton e revelado por Eric Dolphy na década de 60, todos os outros aqui citados tocaram na banda Art Blakey’s Jazz Messengers, recebendo a tutela do grande baterista Art Blakey, um dos “pais”do estilo de jazz denominado como hard bop. Enfim, este podcast mostra com clareza as características de cada trompetista que foram o expoentes das suas épocas ditando padrões e tendências: todos queriam copiar Dizzy Gillespie, o trompetista que exploravava toda a extensão do trompete (da parte grave às notas mais agudas) com uma rapizez e um fraseado fora de série; Clifford Brown foi o trompetista que caracterizou a transição do bebop para o hard bop: ele tocava ágil, com uma criatividade espantosa e sempre com as notas bem claras e destacadas; Lee Morgan, por sua vez, era o virtuoso do hard bop que tinha preferência por baladas e temas mais dançantes com um som intenso e um grande senso melódico; Donald Byrd era ágil e tinha um fraseado sequenciado, límpido e uma sonoridade cristalina, ligando as notas sem deixar falhas; Freddie Hubbard fraseava pausadamente sempre de forma inventiva e exuberante; Woody Shaw, que recebeu influencia direta de Hubbard e Eric Dolphy, inventou seu próprio fraseado, dispondo, também, de uma improvisação que consistia em tocar de forma melódica impregnando, no meio, suas frases únicas, até hoje inigualáveis; e, por fim, Wynton Marsalis, o virtuose trompetista de sonoridade macia que sabe tocar de várias formas, com vários fraseados e em vários estilos – nessa faixa do podcast, Wynton está no início da sua carreira e mostra-nos um fraseado cadenciado, rápido e próprio com influências de Freddie Hubbard, Miles Davis e Woody Shaw.

1º Bloco – tema de abertura: I Got Rythm – Freddie Hubbard com Wynton Kelly Quintet

1 - Wheatleigh Hall (do disco Duets de 1957)

Dizzy Gillespie - trumpete
Sonny Rollins – saxofone tenor
Tommy Bryant - contrabaixo
Ray Bryant - piano
Charli Persip – bateria

estilo: bebop

2 - Quicksliver ( do disco Immortal Concerts: New York City, Birdland Club - February 21, 1954)

Clifford Brown - trumpet
Art Blakey - drums
Horace Silver - piano
Lou Donaldson alto saxofone
Curley Russell – bass

estilo: bebop/hardbop

2º Bloco – tema de abertura: Gaza Strip – com Lee Morgan

3 - Zip Code ( do disco Infinity de 1965)

Lee Morgan: trumpet
Jackie McLean: alto saxophone
Larry Willis: piano
Reggie Workman: bass
Billy Higgins: drums
estilo: hard bop

4 - The Injuns (do disco Byrd in Hand de 1959)

Donald Byrd - trumpet
Pepper Adams - baritone saxophone
Walter Davis, Jr. - piano
Sam Jones - bass
Charlie Rouse - tenor saxophone
Art Taylor - drums
estilo: hard bop

3º Bloco – tema de abertura: The Mootrane – Woody Shaw

5 - The Intrepid Fox (do disco Red Clay de 1970)

Freddie Hubbard - trumpet
Joe Henderson - tenor saxophone
Herbie Hancock - electric piano
Ron Carter - bass
Lenny White - drums

estilo: hardbop/ post-bop

6 - Katrina Ballerina (do disco The Mootrane de 1974)

Woody Shaw -Trumpet
Cecil McBee - bass
Tony Waters - Congas
Victor Lewis - Drums
Guilherme Franco - Percussion
Onaje Allen Gumbs - Electric Piano
Azar Lawrence - Soprano and Tenor Saxophone
Steve Turre - Trombone

estilo: post-bop

4º Bloco – tema de abertura: Knozz Moe-king - com Wynton Marsalis

7 - Chambers of Tain ( do disco Live at Blues Alley de 1986)

Wynton Marsalis - trumpet
Robert Hurst - bass
Jeff "Tain" Watts - drums
Marcus Roberts – piano

estilo: neo-bop

Ella Fitzgerald

1981 - Ella abraça Jobim
Gênero: Jazz



Como o próprio nome do álbum diz, em "Ella Abraça Jobim" ou "Ella Fitzgerald Sings the Antonio Carlos Jobim Songbook", gravado entre 1980 e 1981, a diva do jazz interpreta músicas de Tom Jobim, com direito a trechos na língua portuguesa. Aqui Ella é acompanhada por um time de primeira, incluindo músicos do Brasil, Peru, México e Estados Unidos.

Track List

1. Dreamer (Vivo Sonhando)
2. This Love That I've Found (Só Tinha de Ser Com Vocé)
3. The Girl from Ipanema
4. Somewhere in the Hills (Favela)
5. Photograph (Fotografia)
6. Wave
7. Triste
8. Quiet Nights of Quiet Stars (Corcovado)
9. Water to Drink (Agua de Beber)
10. Bonita
11. Desafinado (Off Key)
12. He's a Carioca (Ele É Carioca)
13. Dindi
14. How Insensitive (Insensatez)
15. One Note Samba (Samba de Uma Nota Só)
16. A Felicidade
17. Useless Landscape (Inútil Paisagem)

Pessoal
Ella Fitzgerald (vocals)
Joe Pass (guitar)
Alex Acuna (drums)
Ronald Batista (guitar)
Oscar Castro Neves (guitar)
Clarck Terry (trumpet)
Paulinho da Costa (percussion, associate producer)
Mitch Holder (guitar)
Paul Jackson (guitar)
Abraham Laboriel (bass)
Clarence McDonalds (keyboards)
Zoot Sims (sax tenor)
Toots Thielemans (harmonica)
Terry Trotter (keyboards)
Mike Lang (keyboards)

Site Oficial: Ella Fitzgerald

Uma colaboração do blog FANTOJAZZ

domingo, 11 de janeiro de 2009

The Beatles

1969 - Complete Apple Rooftop Concert
Gênero: Rock




Dia 30 de Janeiro de 1969 foi um momento marcante na vida dos Beatles, sem tocar juntos desde 1966 quando anunciaram o fim das suas excursões, o quarteto de Liverpool sobre no terraço da gravadora Apple para uma despedida, tocaram como se fosse a única coisa que importasse naquele momento, sem platéia pré definida, imagine você andando pela rua e ouvindo o som dos Beatles e ao olhar para o alto de um prédio você se depara com os Beatles, qual seria sua reação ? Parar e curtir o som, e assim a platéia desse show memorável se formou. Naquele momento os Beatles mostravam que eram muito mais do que truques de estúdio ou letras psicodélicas. O show durou 42 minutos apenas, poderia ter ido além senão fosse a reclamação dos vizinhos e a chegada da polícia. E assim depois desse show terminava qualquer possibilidade de manter a banda unida.

O show contou com apenas 9 músicas (faixa 1 á 9) , as demais que estão no álbum são compilações gravadas em estúdio, segundo consegui descobrir.

Track List

01. Get Back #1
02. Get Back #2
03. Don't Let Me Down #1
04. I've Got A Feeling #1
05. One After 909
06. Dig A Pony
07. I've Got A Feeling
08. Don't Let Me Down #2
09. Get Back #3
10. The Walk
11. Oh! Darling
12. Maxwell's Silver Hammer
13. Across The Universe
14. Gone, Gone, Gone
15. Wake Up In The Morning
16. She Came In Through The Bathroom Window
17. Sausages & French Fries, Early In The Morning Hi Ho Silver
18. Stand By Me
19. Harry Pinsker
20. Two Of Us
21. Let It Be
22. The Long And Widing Road

The Beatles Rooftop Concert - Parte 1/3

Parte 2/3 e Parte 3/3

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Entrevista Exclusiva: Ithamara Koorax

Ithamara Koorax e JazzMan! Foto: Fernanda Melonio

Por Leonardo Alcântara (JazzMan!)
Fotos: Fernanda Melonio

Eleita pela Revista DownBeat como a terceira melhor cantora de Jazz do mundo em 2008, a brasileira Ithamara Koorax é um dos nomes mais importantes da atual cena jazzística mundial. Sua criatividade, aliada a uma técnica vocal ímpar, faz com que Ithamara seja reconhecida no exterior, rendendo-lhe críticas positivas, prêmios e convites para cantar nos mais importantes palcos e festivais espalhados pelo mundo.

>> Comente esta entrevista
>> Mande a sua mensagem para Ithamara Koorax

Show no Mistura Fina

Na semana passada, a fotojornalista Fernanda Melonio e eu tivemos a oportunidade de prestigiar os primeiros shows de sua turnê brasileira, no Mistura Fina, em Ipanema. Acompanhada de uma super banda que mesclava novos músicos (Jorge Pescara (baixo) e Rodrigo Lima (guitarra)) e veteranos influentes (José Roberto Bertrami (teclados), Haroldo Jobim (bateria) e Paulo Fernando Marcondes Ferraz (percussão)), Ithamara impressionou um Mistura Fina lotado com sua potente técnica vocal e sua comovente interpretação para um repertório diversificado. Seja cantando clássicos brasileiros (Desafinado e O Pato), ou standards americanos (My Favorite Things e The Shadow of Your Smile), Ithamara entrava e saía muito bem nas mais variadas vertentes, mostrando ao público a característica principal de sua obra: a versatilidade. Simpática e atenciosa com uma platéia calorosa, Ithamara deixou sua marca, provando que a escolha da revista DownBeat não é mero acontecimento, mas a confirmação e o reconhecimento a uma cantora em puro momento de inspiração e criatividade.

Fotos do show:
Ithamara KooraxIthamara Koorax & Rodrigo LimaPaulo Fernando Marcondes FerrazIthamara Koorax & Jorge Pescara
Ithamara Koorax & bandaIthamara KooraxIthamara KooraxIthamara Koorax & banda

Brazilian Butterfly Tour 2009

Ithamara Koorax dará seguimento à sua turnê brasileira, no Bar do Tom, Leblon, durante os dias 9, 10, 16 e 17 de janeiro. A casa dispõe de 350 lugares e os preços são: R$ 60,00 (Setor Palco / 92 lugares; R$ 50,00 (Setor A / 52 lugares); R$ 40,00 (Setor Par / 118 lugares) e R$ 40,00 (Setor Par / 92 lugares). Detalhes: http://www.plataforma.com/br_tprog.htm

Depois, a turnê segue para Curitiba, Belém, São Paulo, Ásia e Europa. Antes disso, Ithamara generosamente nos concedeu uma bela entrevista, onde comenta sobre os pontos principais de sua carreira.

JazzMan!: Você acaba de ser eleita a 3ª melhor cantora de jazz do mundo pela revista DownBeat. Mas sua obra é marcada pela diversidade: seu repertório pode agradar tanto aos fãs de Jazz, quanto aos de Lounge/Eletrônico, Smooth Jazz, Bossa, Samba e outros. Como você lida com o rótulo de cantora de Jazz e como define seu trabalho?

Ithamara Koorax: Lido bem com este rótulo e com qualquer outro, porque eu não me importo com rótulos. Defino meu trabalho como "música universal", aberta a todas as influências. Meus detratores (brasileiros, claro) dizem que eu me auto-rotulei como cantora de jazz, mas isso jamais aconteceu. Este carimbo veio primeiro da crítica japonesa, quando lancei o "Rio Vermelho" em 1995 e o disco chegou ao 10º lugar em vendas na parada de jazz da revista "Swing Journal", com o Frank Sinatra em 11º. E se consolidou depois que o "Serenade in Blue" foi lançado no mercado americano em 2000.

De qualquer modo, ser rotulada como "jazz singer" pela comunidade jazzística internacional é, obviamente, um grande elogio. Me sinto lisonjeada quando sou reconhecida não apenas pelos leitores das revistas, mas também por críticos como Ira Gitler, Scott Yanow, Thom Jurek, Fred Bouchard e Frank-John Hadley. Aliás, não coincidentemente, eles são mais do que críticos, são considerados os cinco maiores historiadores de jazz na atualidade, escreveram livros importantes. E todos, exceto o Jurek, que é editor do All Music Guide, escrevem para a DownBeat. Ira Gitler é co-autor, ao lado do falecido Leonard Feather, da famosa série de "Enciclopédias do Jazz" que são a referência máxima no assunto e se apaixonou pelo meu trabalho em 2002, tanto que aceitou escrever o texto do livreto do CD "Love Dance". Yanow acaba de lançar o livro "The Jazz Singers: The Ultimate Guide", no qual me incluiu entre as melhores cantoras de jazz de todos os tempos, tendo deixado de fora nomes como Norah Jones, Joni Mitchell, Esther Phillips, Madeleine Peyroux e a espetacular Rachelle Ferrell. Não vou entrar numa ego-trip por causa disso, mas é claro que fico feliz.

JM: Alguns audioblogs disponibilizam seus cds para download de graça. Em um deles, o “Música da Boa”, há vários álbuns de sua discografia para baixar. Uma das postagens corresponde ao download do álbum Brazilian Butterfly (2006), onde você deixou uma mensagem de parabéns para o autor do blog e não se incomodou. Enquanto cantora, como você avalia o compartilhamento de suas músicas na internet: ajuda ou atrapalha?

IK: Eu acho que ajuda. A pessoa que gostar mesmo tende a comprar o disco ou pelo menos a ir ver algum show. Mas fico preocupada com o lance dos direitos autorais, porque os compositores não podem viver de brisa.

JM: Em julho de 2003 você teve a oportunidade de se apresentar no programa de Fausto Silva, na Rede Globo. Muitos criticam o programa e o rotulam de "povão" por mostrar atrações de forte apelo popular, mas sua apresentação mostrou um outro lado: você manteve o Ibope do programa crescente cantando músicas como "Cristal", "Mas Que Nada", "The Shadow of Your Smile", além de improvisar para uma platéia calorosa e impressionada por sua potência vocal. Você acredita que isso é uma prova de que esse papo de que o povo não quer ouvir coisas diferentes é mito e que o problema está na difusão e não nas pessoas?

IK: Claro que é isso! Você já explicou tudo! Eu fui convidada para cantar no Faustão logo depois de ter assinado com a Som Livre para lançar o "Love Dance" no Brasil em 2003. Pediram que eu preparasse duas músicas ("Cristal" e "Iluminada", por terem sido temas de novelas) e disseram que havia a possibilidade de uma terceira música, "Aquarela do Brasil", porque o Fausto tinha gostado da minha gravação e queria aproveitar para fazer uma homenagem ao Ary Barroso. Mas esta terceira música só aconteceria se o Ibope não caísse. Pois bem: não só o Ibope não caiu, como subiu e não parou de subir. Fiquei no ar por quase 20 minutos e o programa se manteve como líder de audiência o tempo todo, batendo o Gugu, que era o grande concorrente naquela época. Tudo inteiramente ao vivo e sem ensaio! E sem playback. Levei minha banda e tocamos o que o Faustão ia pedindo.

Teve uma hora em que, depois do Caçulinha me elogiar, o Fausto começou a dizer: "olha só o agudo dela, parece sintetizador". E pediu para que eu improvisasse alguns efeitos a capela. Ele disse literalmente: "se vira nos 30"! Eu me diverti muito naquela tarde, o CD "Serenade in Blue" esgotou no Brasil todo (o "Love Dance" ainda não tinha sido lançado), e depois do programa a direção da Globo me homenageou com um jantar.

A parte chata da história foi que minha presença no programa gerou muita inveja, recebi quase uma centena de e-mails desaforados (enviados, claro, pelos "anônimos" sempre covardes) e muitos comentários negativos foram postados na internet. Precisei até tomar providências jurídicas quando os insultos atingiram o nível de difamação. Teve um músico de São Paulo, que a perícia conseguiu identificar, que me mandou um e-mail como se fosse o Jorge Benjor, usando o endereço de e-mail dele. Na mensagem ele me acusava de ter assassinado o "Mas Que Nada" e pedia que eu nunca mais cantasse a música. Veja a que ponto a coisa chegou! Isso eu acho lamentável e tristíssimo, porque alguém que se pretende artista ficar falando mal de colega de trabalho na internet é o fim da picada.

Outro dia eu li, num blog horroroso, que eu só era conhecida nos Estados Unidos pelos "japoneses endinheirados" (!!!) e que só fazia shows em cruzeiros. Logo eu que nunca cantei em navio! E se cantasse também não teria nada demais, porque até o Herbie Hancock e o Marcus Miller tocam em cruzeiros.

JM: Na lista das melhores cantoras do mundo da revista Downbeat, elaborada por seus leitores, você figura logo atrás de Dianna Krall e Cassandra Wilson. As duas são da geração dos Young Lions, composta por músicos surgidos nos anos 80 e 90 com a proposta de valorizar as tradições jazzísticas e que custa a absorver inovações. Mas trabalhos como Love Dance e Brazilian Butterfly são totalmente diferentes dessa proposta. Como você conseguiu vencer nesse mercado?

IK: Justamente por conta da tal "imprevisibilidade", que também significa criatividade. Paradoxalmente, demorei muito mais a entrar no mercado americano pela mesma razão, pois é um mercado realmente mais "protecionista".

A mesma coisa aconteceu com a Flora Purim. Ela morava nos EUA desde 1968, excursionava pela Europa com o Stan Getz, tinha gravado em Londres com o Chick Corea ("Light As A Feather"), mas só despontou na cena jazzística americana em 1974, quando chegou ao primeiro lugar na eleição dos leitores da DownBeat ao lançar um disco nos EUA, o "Butterfly Dreams". Ela venceu por cinco anos seguidos, até 1978, numa época em que as grandes divas, como Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan, Carmen McRae e Betty Carter, ainda estavam vivas e cantando uma barbaridade. Mas a Flora chegou com uma sonoridade inovadora, totalmente diferente daquele scat-singing de bebop, e foi isso que chamou a atenção.

Entre 1990 e 2000, eu só atuava na Ásia e na Europa, onde também estabeleci um nome na área da dance-music. Mas apenas ao lançar o "Serenade in Blue" nos EUA, em 2000, foi que as portas do mercado americano começaram a se abrir. Mesmo assim, é claro que a popularidade da Diana Krall, a quem eu admiro muito, é mil vezes maior que a minha.

JM: A exemplo de Flora Purim e Tânia Maria, você saiu do Brasil para fazer a sua carreira, conquistando o mercado americano, europeu e japonês, sendo muito elogiada por público e crítica e colhendo prêmios por seus trabalhos. Mas no Brasil muitos não sabem disso. Suas músicas já foram trilhas de novelas e filmes aqui, mas raramente são executadas nas rádios, mesmo tendo em seu repertório músicas que podem ser radiofônicas. De alguma maneira isso a incomoda? Conquistar o mercado brasileiro é um de seus desafios?

IK: Várias vezes eu tive, no Brasil, a sensação de ser "invisível". Mas não é culpa minha nem do público, que lota todos os meus shows se souber que aquele show está acontecendo. A superlotação que você viu duas noites seguidas no Mistura Fina não é novidade alguma. Eu canto no Mistura desde 1990, meu primeiro ano de carreira profissional. E todas as temporadas são um sucesso de público. Sempre rolam os pedidos de shows extras e eu já fiquei até três semanas em cartaz. Este ano isso só não vai acontecer no Mistura porque eu já tinha me comprometido em levar o show para o Bar do Tom.

Você é testemunha ocular da forma calorosa como a platéia me trata, interage, canta junto. Eu AMO fazer shows, Principalmente no Brasil. Em 2005, eu fiz uma temporada de três meses no Sofitel. Em 2006, foram quatro meses seguidos de casa lotada! Só que nem sempre a imprensa noticia isso. Mas eu costumo viajar bastante pelo Brasil. Vou de Rio Branco (Acre) a Ipatinga (Minas Gerais), de Teresina (Piauí) a Sorocaba (São Paulo), sempre com casa cheia. Eu sou um fenômeno! (rssss)

Meu desafio não é conquistar nada, é apenas levar o meu canto ao maior número possível de lugares, no mundo todo. E o Brasil faz parte do mundo. Como eu mantenho sempre o mesmo padrão de qualidade, sempre dou ao público o melhor de mim, tenho o mesmo prazer em cantar em Zurique ou em Nova Iorque ou em Belém do Pará.

JM: Você já cantou e gravou com grandes gênios da música. Podemos citar verdadeiros inovadores como Tom Jobim, Claus Ogerman, Dom Um Romão, Elizeth Cardoso, John McLaughlin e muitos outros. De onde vem essa facilidade de tocar com tantos nomes de peso? Ainda há alguém com quem você queira fazer uma parceria?

IK: Todos esses encontros aconteceram naturalmente. Quando você ama muito a obra de um artista, estabelece-se uma conexão espiritual e um dia o encontro físico se realiza.


Eu ouvia Elizeth Cardoso desde a minha infância, foi a minha primeira cantora favorita porque meus pais tinham vários discos dela. Um dia eu fui a São Paulo fazer um show, com Guinga e Paulo Cesar Pinheiro, e quem estava na platéia? Elizeth! Até aí tudo bem, ela podia nem ter gostado do meu estilo. Mas no final do show ela pediu para subir ao palco e ficou uns cinco minutos me elogiando. Eu não acreditava que aquilo estava acontecendo! Depois eu a convidei para assistir um outro show no Rio e ela virou minha madrinha artística.

O Tom Jobim ouviu meu primeiro CD, "Ao Vivo", vencedor do Prêmio Sharp em 1994, porque ganhou um exemplar de presente da irmã dele. O disco tinha umas três ou quatro músicas do Tom e ele gostou tanto que um dia me ligou e falou: "Do próximo disco eu quero participar". Achei que ele tinha sido gentil ao falar aquilo, mas resolvi arriscar e o convidei quando comecei a fazer o "Rio Vermelho". Ele aceitou de imediato e gravamos algumas músicas em outubro de 1994. Somente uma entrou no disco, as outras gravações permancem inéditas. Mas uma das músicas era "Absolut Lee", que eu regravei depois para a trilha da novela "Celebridade" em 2003.

Dom Um eu conheci em 1991, em Nova Iorque, e depois nos reencontramos em 1996, quando ele foi assistir a um show meu com o Azymuth. No final, foi até a beira do palco me cumprimentar, beijou as minhas mãos e disse: "precisamos fazer um som juntos!" Tenho isso filmado! E tocamos pelo mundo todo até 2005. O McLaughlin e o Ron Carter eu conheci através do Luiz Bonfá, que foi meu vizinho na Barra da Tijuca por dez anos. Ele foi um pai musical para mim.

Com o Claus, o Sadao Watanabe e o Larry Coryell também fluiu de uma forma espontânea. Talvez a única exceção tenha sido o Jay Berliner, que foi guitarrista do Charles Mingus. Eu sempre fui apaixonada por discos dele com o Milt Jackson ("Sunflower") e com o George Benson ("White Rabbit"), e resolvi convida-lo para participar do "Serenade in Blue". Ele não sabia quem eu era, mas gostou dos discos que eu mandei e aceitou gravar. Também não posso deixar de falar do Dave Brubeck, que é um grande amigo e me apadrinhou na comunidade jazzística americana porque é muito influente. Além de gênio, é o gentleman dos gentlemen. Tocar e conviver com esses mestres é mais importante do que qualquer prêmio.

JM: No seu show, fiquei muito comovido com a maneira que você se entrega no palco. Estavas tão simpática, bonita, elegante... Se expressava das mais diversas formas, seja triste ou alegre, como se ali não estivesse apenas uma Ithamara. Quem é a Ithamara Koorax no palco? Quem são essas Ithamaras que há dentro de você quando está cantando?

IK: É a mesma Ithamara Koorax do dia-a-dia, sujeita a diferentes emoções e que se expressa de várias maneiras, mas é sempre a mesma pessoa, dentro ou fora do palco. Durante o dia tem momentos em que você está reflexiva, em outros mais agitada, em outros mais emocionada ou com a sensualidade mais aflorada. Tudo isso vai automaticamente para o palco na hora do show. Eu não controlo nem disfarço minhas emoções. Uma vez, durante um show em Seul, na Coréia, em 2006, o público me acolheu de uma forma tão carinhosa, rolou uma empatia tão grande, que eu e a platéia choramos juntos, e terminei o show aos prantos, de tanta felicidade. Num concerto com a Orquestra Jazz Sinfônica, em São Paulo, em 2005, eu também não segurei o choro quando dediquei "Mas Que Nada" ao Dom Um Romão, que tinha acabado de falecer. Parecia que ele estava ao meu lado no palco, cantei arrepiada o tempo inteiro. Este vídeo alguém até colocou no YouTube. Em dezembro último, o concerto em Nova Iorque ao lado da big-band Amazon, do Maestro Thiago de Mello, celebrando os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU, também foi emoção pura.

JM: Para finalizar: você teve um ano maravilhoso em 2008 e estará gravando um novo álbum em abril. Pode adiantar alguma coisa de como será 2009?

IK: Eu tento me planejar o mínimo possível, gosto das coisas fluindo naturalmente. Tanto que, embora eu esteja com dois discos recém-lançados (os tributos a Dom Um Romão e Stellinha Egg), os shows no Mistura Fina não tiveram nenhuma ligação com eles. Bolei um show totalmente diferente, incluindo apenas quatro músicas de discos antigos, como "The Shadow of Your Smile", "Un Homme et Une Femme", "I Fall in Love Too Easily" e "Mas Que Nada", e temas que eu adoro mas que ainda não gravei.

O repertório do próximo disco será escolhido pelo público brasileiro, durante esta turnê. As pessoas recebem uma cartela e escolhem cinco músicas que gostariam que eu gravasse.


Depois dos shows no Rio, sigo para Curitiba, Belém e São Paulo. Depois, Ásia e Europa. Volto no final de abril para gravar o disco no Brasil e aí começo um novo ciclo. Tenho encomendas de músicas para outros artistas e para trilhas de filmes. O prazer de poder me reinventar, sem depender da autorização de gravadora ou permissão de empresário, é indescritível. A liberdade é o maior tesouro! JM

http://www.koorax.com/
http://www.ithamarakoorax.blogspot.com/

Uma Colaboração do Blog JazzMan!

Aerosmith prepara novo álbum



Por Daniel Argentino

O ano de 2009 realmente promete para os amantes da boa música. Agora é a vez da banda americana Aerosmith anunciar que está trabalhando na preparação de um novo álbum, de acordo com o baterista Joey Kramer. E o guitarrista Brad Whiford também confirmou o desejo da banda em uma entrevista no site da Billboard.

É o primeiro trabalho de material inédito desde o álbum “Just Push Play”, de 2001. Em 2004 a banda lançou um álbum “Honkin’ on Bobo”, porém com material de covers de clássicos do blues. O Aerosmith fez uma pausa nos projetos no ano passado, já que 2008 não foi um ano muito fácil para os integrantes da banda que se recuperavam de uma variedade de problemas médicos, como a passagem do vocalista Steven Tyler por uma clínica de reabilitação, a cirurgia no joelho do guitarrista Joe Perry e o baixista Tom Hamilton que sofreu com um câncer na garganta.

Apesar de não ter uma data definida para o lançamento do novo álbum, a banda já está novamente na ativa em 2009, dia 1º de fevereiro realizará um show em Caracas, Venezuela.

Bom para quem é fã ou simplesmente curte o som da banda é uma excelente notícia, ver a banda com esse desejo de trazer um álbum inédito depois de tanto tempo.

Site Oficial: Aerosmith

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

The Modern Jazz Quartet

1973 - Blues On Bach
Gênero: Jazz



Este disco do MJQ é um trabalho bastante interessante. Aqui o grupo intercala composições inspiradas em peças de Johann Sebastian Bach com blues/bop. O pianista John Lewis escreveu a maioria das composições, demonstrando sua competência para ambos a música clássica ocidental e o jazz, e varia entre o cravo e o piano. Este é um trabalho mais técnico, deixando um pouco de lado a improvisação. Curtir esse álbum requer uma certa dose de gosto para a música clássica, mas também é uma ótima oportunidade para quem ainda não dedicou tempo a escutar esse tipo de música, ainda mais sendo executada pelo MJQ.

Track List

1. Regret?
2. Blues in B Flat
3. Rise up in the Morning
4. Blues in A Minor
5. Precious Joy
6. Blues in C Minor
7. Don't Stop This Train
8. Blues in H (B)
9. Tears From the Children

Pessoal
Milt Jackson - vibraphone
John Lewis - harpsichord, piano
Percy Heath - bass
Connie Kay - drums

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Novo cd de Diana Krall sairá em Março


Por Leonardo Alcântara (JazzMan!)

Essa moça linda, elegante e cheia de charme é Diana Krall estampando a capa do seu próximo cd, Quiet Nights, produzido por Tommy LiPuma com arranjos do alemão Claus Ogerman. Em entrevista para Associated Press, a cantora definiu o lançamento como sensual e erótico: "Eu penso que este disco é uma carta de amor, mas muito sensual, mais para o lado erótico. Tem, definitivamente, um clima de fim de noite", disse.

Quiet Nights será lançado no dia 31 de março, tendo em seu repertório o Brasil como referência. Apaixonada por nosso país e, sobretudo, pela música, Diana gravou três composições de Tom Jobim no novo cd, incluindo Quiet Nights of Quiet Stars, a versão em inglês de Corcovado, que inspirou o nome do álbum.

Aguardamos com ansiedade. Enquanto isso, nos contentamos com a capa. Ela não está linda? JM

http://www.dianakrall.com/

Uma Colaboração do Blog JazzMan!

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Miles Davis

1956 Prestige Recordings
Gênero: Jazz



O histórico primeiro grande quinteto de Miles Davis, com John Coltrane, Red Garland, Paul Chambers e Philly Joe Jones, durou do final de 1955 a meados de 1957, e deixou um material memorável gravado. Em 1956 o quinteto fez algumas sessões na Prestige Records, as quais deram origem a quatro LPs divinamente executados. "Relaxin", "Cookin", "Workin" e "Steamin with the Miles Davis Quintet" tornaram o grupo famoso e estão entre os álbuns essenciais para os fãs de Miles e do jazz em geral.

Cookin' with the Miles Davis Quintet

1. My Funny Valentine
2. Blues By Five
3. Airegin
4. Tune Up/When Lights Are Low



Relaxin' with the Miles Davis Quintet

1. If I Were A Bell
2. You're My Everything
3. I Could Write A Book
4. Oleo
5. It Could Happen To You
6. Woody'N You



Workin' with the Miles Davis Quintet

1. It Never Entered My Mind
2. Four
3. In Your Own Sweet Way
4. The Theme (Take 1)
5. Trane's Blues
6. Ahmad's Blues
7. Half Nelson
8. The Theme (Take 2)



Steamin' with the Miles Davis Quintet

1. Surrey with the Fringe on Top
2. Salt Peanuts
3. Something I Dreamed Last Night
4. Diane
5. Well, You Needn't
6. When I Fall in Love

Site Oficial: Miles Davis