sábado, 29 de novembro de 2008

Entrevista: Roberto Muggiati - Improvisando Soluções

ENTREVISTA EXCLUSIVA - Roberto Muggiati

O blog JazzMan! tem a enorme honra de entrevistar o jornalista Roberto Muggiati, um dos mais importantes escritores e historiadores de jazz em nosso país.


Por Leonardo Alcântara (JazzMan!)
Colaboração: Fernanda Melonio e Vagner Pitta

O jornalista curitibano Roberto Muggiati tem sido nos últimos anos uma verdadeira autoridade no que tange à difusão do jazz entre os brasileiros. Com diversas publicações sobre o gênero, Muggiati consegue mostrar ao leitor, com uma linguagem agradável e elegante, que o jazz não é nenhum bicho de sete cabeças e que está além de um simples gênero musical, podendo ser utilizado como fonte de inspiração para diversas situações e decisões ao longo da vida.

Esta idéia é reforçada em seu último lançamento Improvisando Soluções: o Jazz como Exemplo para alcançar o Sucesso (Best Seller, 2008), onde o escritor cita diversos exemplos de jazzistas que superaram as mais variadas adversidades para impor a sua arte. Superação e improviso fazem parte da história e da estética do jazz, onde seus vitoriosos protagonistas transformaram vivências e sentimentos em uma arte espontânea, que permanece viva há mais de um século.

Roberto Muggiati estará no dia 05/12, em Curitiba, sua cidade-natal, para o lançamento do livro Improvisando Soluções: o Jazz como Exemplo para alcançar o Sucesso. Antes disso, ele generosamente nos concedeu a entrevista abaixo.

JazzMan!: O que foi que te chamou a atenção no jazz? Como foi o processo até se tornar um dos grandes escritores brasileiros do gênero?

Roberto Muggiati: Com pouco mais de dez anos de idade, ao ouvir naquelas velhas bolachas de 78 rotações-por-minuto os sons de Art Tatum, Nat King Cole, Louis Armstrong e Duke Ellington, percebi que aquela música era diferente das demais — era mais viva, mais inteligente, menos previsível e programada. Daí para o bebop de Charlie Parker e Dizzy Gillespie, para as invenções pianísticas de Bud Powell e Thelonious Monk, para o saxofone cool de Lester Young, foi a descoberta do jazz moderno, complementado depois pela escola da Costa Oeste (Stan Getz, Gerry Mulligan e Chet Baker, Shorty Rogers e seus grupos, a orquestra de Stan Kenton).

Como escrevia desde pequeno, a carreira enveredou para o jornalismo (e depois para os livros) e escrever sobre jazz — a música que amava acima de todas, foi um passo natural.

JM: Desde 2005 estamos tendo uma onda crescente de festivais de jazz pelo país. Os Festivais de Ouro Preto e Rio das Ostras já são reconhecidos como alguns dos melhores do mundo. Você acredita que prefeituras, produtoras e empresários estão descobrindo o poder do jazz?

RM: Com certeza. Você já ouviu falar dos festivais de Manaus, de Guaramiranga (no Ceará), de Joinville (Santa Catarina) e dezenas de outros “pocket festivals” nas capitais do Brasil. A maioria conta com patrocinadores públicos ou privados, indicação de que os marqueteiros descobriram finalmente o poder de penetração do jazz e a sua marca de qualidade e sofisticação.

JM: Como você avalia a difusão do jazz no Brasil?

RM: Ainda é pequena, apesar dos sites e blogs que existem. Mas publicações especializadas são raras, ou sazonais. Se você se der conta de que uma revista de uma grande editora sobre rock – a Bizz, da Abril – deixou de circular, a situação é ainda mais difícil para o jazz. Mas, graças principalmente à internet, o jazzófilo – como o jazzista – sabe se virar e encontra suas fontes de informação.

JM: No livro New Jazz: de volta para o futuro, você escreve a respeito de músicos que ficaram conhecidos como os Young Lions, surgidos nos anos 80 e 90 com a proposta de preservar uma tradição jazzística. Quais as diferenças entre essa geração mais recente e as anteriores, das décadas de 60 e 70, e quais as contribuições dos Young Lions para o futuro do jazz no século XXI?

RM: A geração dos irmãos Marsalis & Cia teve mais acesso do que as anteriores ao aprendizado não só do jazz, como da música em geral. (Muitos, como Wynton e seu irmão saxofonista Branford, são também exímios executantes do repertório erudito). Mas esta geração – embora toque admiravelmente bem – se viu condenada a uma releitura de todas as escolas do jazz que a antecederam, sem a capacidade de criar algo “novo”. (Este problema da criação do “novo” se aplica também a todas as outras artes: pintura, literatura, teatro, etc. — é uma espécie de característica da época, um momento, talvez, de apreender tudo o que já foi feito antes de começar algo novo, um momento de espera).

JM: O crítico inglês Stuart Nicholson, em seu livro Is Jazz Dead? (Or Has It Moved to a New Address), gerou polêmica ao dizer que o jazz europeu detém os reais inovadores do jazz contemporâneo, pois essa geração de Wynton Marsalis cristalizou o jazz em uma música baseada no tradicionalismo e esqueceram da necessidade de criatividade e inovação. Você concorda com as palavras de Nicholson?

RM: Nem o jazz morreu, nem se mudou para um novo endereço (a comunidade dos euros). Podemos dizer que se espraiou por uma série de novos endereços e, registre-se aí, além da contribuição européia, as contribuições latino-americana (Brasil, Argentina, Cuba, México), asiática (Japão, China, etc), africana e por aí vai.

JM: Como você avalia os músicos que surgiram a partir dos anos 2000? Qual a proposta da nova geração?

RM: É uma geração pulsante de talentos, experimentando todo tipo de formatos musicais e explorando todas as possibilidades no campo da instrumentação. A meu ver, um fato importante é a ascensão da mulher, não mais presa ao papel da crooner, mas competindo com os homens em instrumentos “viris” como o contrabaixo, a bateria, o trombone e o saxofone. Sem mencionar que a grande band-leader e orquestradora da década é uma mulher, Maria Schneider.

JM: Fale-nos um pouco sobre o Improvisando Soluções, seu mais recente livro. Como surgiu a idéia de escrevê-lo?

RM: Como eu relato no próprio livro, a idéia tomou corpo a partir de um curso que dei em Porto Alegre em fevereiro de 2006, no Espaço Cultural Santander, sobre os Cem Anos do Jazz, três palestras de três horas que tiveram a ocupação da sala completa, incluindo homens e mulheres nas faixas etárias de 16 a 80 anos. A receptividade deste público de quase cem pessoas me despertou a idéia de escrever um livro sobre “vivências do jazz”, sem elaborar demais na parte técnica ou musical, mas enfatizando as lições de vida dos mestres do improviso.

JM: Neste livro, você relata uma passagem em que o jazz o salvou de um suicídio. Em algum outro momento o jazz o influenciou em outras decisões importantes?

RM: Não só nesta ocasião crítica, mas em situações do dia-a-dia, o jazz sempre contou muito em minha vida — na tentativa de tocar saxofone, estudando dez anos com o Mauro Senise, como na cobertura de shows e festivais, na descoberta de novos álbuns dos grandes mestres e também de músicos “menores” porém altamente significativos. O jazz sempre atuou no meu mecanismo de memória como a famosa “madeleine” proustiana, cada época ou momento de minha vida amarrado a esta ou aquela música. Basta ouvir hoje, por exemplo, Sarah Vaughan cantando Over the Rainbow acompanhada do saxofonista Cannonball Adderley que eu viajo na máquina do tempo até aquele ano mágico de 1958, meio século atrás, e revivo exatamente o que eu fazia, o que eu sentia na ocasião.

JM: Você cobriu o Festival de Montreux (1985 a 1988) e a maioria das edições do antigo Free Jazz. Quais as lembranças mais marcantes destes festivais?

RM: Existem os punti luminosi, como as apresentações de Hermeto e o dueto de Hermeto com Elis (1979), de João Gilberto (1985), a volta de Miles Davis aos palcos (1985), tudo isso em Montreux, a big band de Gil Evans no Hotel Nacional, o show grátis de Sonny Rollins no Parque da Catacumba, no Rio, a entrevista exclusiva de uma hora com Chet Baker e sua apresentação no primeiro Free Jazz, em 1985; a Mingus Band com Elvis Costello no MAM; ali mesmo, o conhecimento dos novos talentos de Terence Blanchard, Nicholas Payton, James Carter, John Pizzarelli, a comovente apresentação de Michel Petrucciani no Hotel Nacional; e, também ali, a do veterano violinista Stephane Grappelli; a maestria de veteranos como Lee Konitz, Art Farmer e Johnny Griffin. Rever Griffin (no Rio) e Dexter Gordon (em São Paulo 1980 e Montreux 1986) foi viajar de volta a Londres em 1962-63, quando eles passaram cada um um mês inteiro no Ronnie Scott's Jazz Club. Dizzy Gillespie e sua United Nation Orchestra no Free Jazz. Enfim, são momentos marcantes de música, que a gente não esquece jamais.

JM: Uma última pergunta para descontrair: no hino do Flamengo há os versos que dizem: "Eu teria um desgosto profundo/Se faltasse o Flamengo no mundo...". Se fosse o jazz que faltasse, como seria?

RM: Eu teria um desgosto profundo se o jazz faltasse, mas isso nunca vai acontecer. A propósito, há uma cantoria que rola nos estádios brasileiros entre as torcidas que é puro jazz, o refrão de When the Saints Go Marchin' In — tararará, tararará, tararará-rá-rá-rá-rá, tarará, tará, tarára, tarará, rá-rá-rá-rá! Repito a você a pergunta que até hoje ninguém me respondeu: como foi que está canção de New Orleans veio parar nas arquibancadas do Maracanã? Tenho a minha teoria: ela chegou através das charangas, aquelas bandinhas de torcida, como a famosa banda do Bangu e a Charanga do Flamengo, que captaram When the Saints através de discos ou até através das apresentações pela rádio e TV do incrível Booker Pitman. É um mistério digno de uma profunda pesquisa. Quem se habilita? JM

Título: Improvisando Soluções
Autor: Roberto Muggiati
Editora: Best-Seller
Ano: 2008
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Bocato

2001 - Acid Samba
Gênero: Jazz



Caríssimos, eis aqui um prato cheio para quem admira o ritmo do samba aliado aos elementos do jazz que sempre permearam esta que chamamos de Música Instrumental Brasileira. Acid Samba, de 2001, é um dos melhores discos do trombonista paulista Itacyr Bocato Junior, ou simplesmente Bocato. São nove canções assinadas por ele, muitas delas em parceria com o tecladista Tiago Costa, que acompanha o trombonista em todas as músicas do disco. A faixa nº4, Bananeira, é uma parceria do grande pianista e compositor João Donato com o Ministro Gilberto Gil.

É difícil citar uma ou mais faixas que se sobressaiam, pois de alguma forma todas elas chamam atenção, seja pela rica levada rítmica do baterista Marquinho Costa e do percussionista Marco Xabu, ou pelos duetos de Bocato com o trompetista Cláudio Faria. We Want Samba, Lili’s Groove, Living in Jaçanã, além da faixa-título são as que encantam logo de cara. Mas como é comum acontecer quando ouvimos os bons discos, aos poucos passamos a descobrir e apreciar todas as faixas. Recomendo também audição atenta a Maybe Sometimes e Bananeira.

Track List

1. Living in Jaçanã
2. Ilha Bela
3. Lili’s Groove
4. Bananeira
5. Lausanne
6. Acid Samba
7. Maybe Sometimes
8. We Want Samba
9. Kizumba
10. Ilha Bela (Remix)
11. Betinho

Formação:

Bocato : Trombone
Cláudio Faria : Trompete
Marco Xabu : Percussão
Marquinho Costa : Bateria
Renato Bordon : Baixo Elétrico
Sérgio Boré : Percussão
Tiago Costa : Teclados

Créditos: JazzMan!

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Som Brasil: Especial Tom Jobim

"No cinqüentenário da bossa nova, Som Brasil rende homenagem a Tom Jobim"


Na próxima sexta-feira, dia 28/11, o “Som Brasil” (Rede Globo) homenageia defensor da música brasileira, como assim se intitulava Tom Jobim.

Precisa dizer mais alguma coisa, para falar que o programa está imperdível?

Para relembrar algumas canções, sobem ao palco do programa BR6, Mario Adnet, Rosa Passos, Joyce e, para representar o grande maestro, Milton Nascimento e Jobim Trio. O programa será apresentado pela atriz Letícia Sabatella.

A cantora baiana Rosa Passos interpreta as canções: “Dindi”, “Retrato em branco e preto”, “Você vai ver” e “Águas de março”. O sexteto BR6 interpreta à capela “The Girl from Ipanema”, “Surfboard” e “Samba do Avião”. O violonista, cantor, compositor e maestro Mario Adnet tocam “Wave” e “Quebra pedra”, em um momento muito especial do programa Mario e sua Orquestra interpretam a canção “Luiza” junto com a cantora Joyce. Milton Nascimento e Jobim Trio interpretam “A Felicidade”, “Inútil Passagem”, “Eu sei que vou te amar” e “Chega de Saudade”.

Milton afirmou seu orgulho e admiração por Tom Jobim e disse que gravar o “Som Brasil” com canções do Tom é o máximo que pode acontecer com um músico.

O “Som Brasil” vai ao ar dia 28/11 (Sexta-Feira) depois do “Programa do Jô” .

Vai estar imperdível !

Making-of "Som Brasil" Tom Jobim


Fonte (Foto): A Caricatura

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Erja Lyytinen

2006 - Dreamland Blues
Gênero: Blues



Você já parou para pensar que na Finlândia existe uma excelente cantora/guitarrista de blues ? - Aposto que não !

Erja Lyytinen é o nome dela, nasceu na cidade Kuopio (Finlândia), faz parte de uma "Família Musical", sua mãe toca contrabaixo e seu pai é guitarrista. E sendo uma excelente guitarrista e dona de uma técnica fantástica no slide, Erja escolheu o caminho do blues para trilhar e compor suas canções.

"Dreamland Blues" lançado em 2006 é o penúltimo álbum da carreira, em suas composições Erja vai fundo no blues e traz elementos do jazz, R&B, pop e country . O álbum começa com uma música instrumental de tirar o fôlego "Skinny Girl" - simplesmente fantástica. "Why a Woman Plays the Blues" é um blues mais cadenciado. "Best for You" é uma faixa voltada para o country, "It Hurts Me Too" mostra um blues mais solado e que mostra todo feeling que o blues exige. Vale a pena conferir esse excelente álbum da Erja Lyytinen.

Track List

1. Skinny Girl
2. Why a Woman Plays the Blues
3. Best for You
4. It Hurts Me Too
5. Mississippi Callin'
6. I Need Love (To Get Over You)
7. Good Lovin' Man
8. Dreamland Blues
9. Nasty Weather
10. Join Everyone
11. Voyager's Rest
12. Lady

Erja Lyytinen - (Vocal, Guitarra "slide")
Davide Floreno (Guitarra)
Rami Eskelinen (Bateria)
Iiro Kautto (Baixo)

Site Oficial: Erja Lyylinen

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Michael Bublé

2007 - Call Me Irresponsible
Gênero: Jazz/Pop



Michael Bublé é considerado um dos grandes crooners da atualidade, nasceu na cidade Vancouver, no Canadá. Conquistou prêmios “Juno” no Canadá, além de nomeações para vários Grammys. Bublé despertou para a música graças ao seu avô, que lhe apresentou os sons de Mills Brothers, Ella Fitzgerald e Frank Sinatra. Michael Bublé achou que jamais faria sucesso, mais ganhou fama dando nova voz á clássicos da música americana.

Seus discos renderam 11 milhões de cópias e turnês por mais de 40 países, porém Bublé ainda tem um desafio, conquistar o público brasileiro. Segundos os críticos, Bublé é um showman no palco, além de cantor versátil e canta desde o pop/soul aos clássicos do jazz.

“Call Me Irresponsible”, seu mais recente CD, atingiu o primeiro posto na parada americana de 2007, façanha só concretizada pelos grandes nomes da música. O álbum conta com clássicos do jazz, romantismo e uma pitada de pop – sempre na medida certa. Com duas composições de autoria própria, “Everything” e “Lost”, além de um dueto imperdível com o músico brasileiro Ivan Lins na canção “Wonderful Tonight” (música original de Eric Clapton). O repertório do álbum inclui regravações de outros autores clássicos como, Henry Mancini “It Had Better Be Tonight”, Leonard Cohen “I’m Your Man”, Gamble & Gillbert “Me and Mrs.Jones” e um bônus track com á música “L O V E”.

Michael Bublé está no Brasil para turnê para apenas quatro apresentações, em São Paulo (Via Funchal – 18,19 e 20/11) e Rio de Janeiro (Vivo Rio – 22/11). Se você quer ir no show ainda da tempo.

Track List

01. The Best Is Yet To Come
02. It Had Better Be Tonight (Meglio Stasera)
03. Me And Mrs. Jones
04. I'm Your Man
05. Comin' Home Baby (duet Boyz Ii Men)
06. Lost
07. Call Me Irresponsible
08. Wonderful Tonight (duet Ivan Lins)
09. Everything
10. I've Got The World On A String
11. Always On My Mind
12. That's Life
13. Dream
14. L O V E (Bonus Track)

Michael Bublé - Everything


Site Oficial: Michael Bublé

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Aziza Mustafa Zadeh

1997 - Jazziza
Gênero: Jazz



“Jazziza” poderia ser um álbum digamos de início de carreira, uma cantora nova e talentosa no cenário do jazz e tocando Standards.

Mais não, “Jazziza” é o quinto álbum da cantora/pianista Aziza Mustafa, mesmo já conhecida em outros trabalhos, ela se rende aos clássicos do jazz. Com um estilo próprio ela passeia com muita competência por Standards, que ficaram imortalizados por Miles Davis, Nat King Cole, Chet Baker, Paker e Tom Jobim. Canções como “Lover man”, “My funny Valentine”, “Scrapple from the Apple”, “Nature boy”, “How insensitive”, tocadas de uma forma inovadora e por que não um toque da cultura musical do Azerbaijão.

O título do álbum é uma curiosidade, Jazziza era como o pai de Aziza a chamava. “Jazziza” é um excelente álbum que eu recomendo sem medo de errar, digamos que é uma nova faceta do trabalho desta talentosa pianista/cantora do cenário jazzístico.

Track List

01.Lover man
02.Sunny rain
03.My funny valentine
04.Scrapple from the apple
05.Character
06.Nature boy
07.You've changed
08.Butterflies
09.Black Orpheus
10.How insensitive
11.Take five
12.I can't sleep

Créditos:

Aziza Mustafa Zadeh (piano/vocal)
Toots Thielemans (harmonica)
Eduardo Contrera (bateria)
Philip Catherine (guitarra)

Aziza Mustafa Zadeh - Ladies Of Azerbaijan


Site Oficial: Aziza Mustafa Zadeh

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Rock + Música Caipira = Rock'n Roça

“Inspirações vão de Metallica ao mestre da viola Tião Carreiro. Ao lado de guitarras, baixos e baterias, o ponteado da viola.”


Pode chamar de rock caipira, rock´n roça, viola turbinada ou música caipira contemporânea. Nem as bandas sabem direito como definir esse gênero musical que mistura os acordes da guitarra com o ponteado da viola. Quem descobriu que a fusão dá certo faz sucesso pelo Brasil com canções que falam da vida no campo e na cidade. Da democrática mistura, sai até versão de Jimi Hendix no som da viola.

Os especialistas no assunto calculam que roqueiros e violeiros começaram a unir arranjos na década de 1980. Músicos sobem aos palcos com o tradicional cabelão e a camiseta preta, mas o chapéu do sertanejo e a camisa xadrez também ganham vez. Violeiro da banda Matuto Moderno, Ricardo Vignini, 35, diz que o começo foi estranho. "Éramos muito rock para o caipira e muito caipira para o rock.


Depois de dez anos, o músico garante que a mistura deu certo. Segundo ele, foi preciso vencer primeiro o preconceito dos roqueiros. "O preconceito surgiu no início com o pessoal do pop. São muito caretas", alfineta Vignini, que cita Tião Carreiro, Índio Cachoeira, Almir Sater, Tonico e Tinoco, considerados mestres da viola, e os clássicos Led Zeppelin e Metallica como inspiração.

Eclético? Pode ser, mas é dessa aparente diferença que surgem versões como "Voodoo Child", de Himi Hendrix, em um solo de viola de Vignini. Para quem acha que isso é o máximo, o músico até brinca. "O ponteado do Tião Carreiro tem a mesma energia do Jimi Hendrix". E completa: "o cara que vai tocar viola tem que conhecer os ritmos tradicionais antes de cair no rock para tirar os melhores resultados. Depois disso você faz as fusões", ensina ele


Vídeo sobre a matéria


Ricardo Vignini & Zé Hélder (Aces High)


Fonte (Texto): G1 Música

Podcast JazzMan! nº 9: Max de Castro

O Podcast JazzMan! nº 09 traz a obra de Max de Castro, um dos maiores artistas da sua geração.

A música brasileira é conhecida no mundo inteiro por sua diversidade e capacidade hábil de se fundir aos mais diversos gêneros musicais. Muitos deles como o jazz, hip-hop, rock, soul e funk não são genuinamente brasileiros, mas gradativamente foram se fundindo à nossa cultura, tornando-se parte da nossa linguagem musical. Um artista que representa muito bem esse processo é o cantor e multi-instrumentista Max de Castro.

Max não tem um estilo musical e uma maneira de tocar pré-definidos. Seu trabalho é uma constante busca por diferentes sonoridades e texturas, resultando num som "novo" e peculiar. Seu ouvido produtivo e seu senso de oportunidade fazem de Max de Castro um dos artistas mais criativos da sua geração.

Seu trabalho transita numa linha que vai das raízes até o que há de mais moderno na música contemporânea. Samba, Baião, Jazz, Soul, Funk e muito outros gêneros se misturam a batidas eletrônicas, efeitos e distorções, que fazem da sua música algo atraente e imprevisível.

A criatividade de Max de Castro também é perceptível em suas letras. Com temas que reverenciam a cultura brasileira e seus protagonistas, como Cartola e Pixinguinha, além de outras que focam questões políticas, sociais e cotidianas, Max se destaca como um compositor que funde vida e arte numa coisa só. Letras como Silêncio No Brooklyn e Mancha Roxa são retratos fiéis da sociedade atual e demonstram uma visão progressista do compositor para os nossos problemas.

A música de Max de Castro ainda não é muito difundida pelo país, sendo restrita a um pequeno grupo de admiradores árduos por sua obra desafiadora, que requer sensibilidade e atenção do ouvinte para uma discografia em constante progresso. De fato, sua música não é radiofônica, o que - curiosamente - é um ponto positivo nos dias de hoje. Não que ela não mereça ser executada no rádio, mas sua arte está totalmente descomprometida com esse padrão radiofônico atual, cheio de clichês e vazio no ponto de vista estético. Mas Max não se preocupa muito com isso, mostrando que está no caminho certo ao arquitetar projetos originais e fora dos padrões. Se no Brasil não é muito conhecido, sua originalidade vem abrindo os olhos de adeptos espalhados pelo mundo. Em 2001, Max estampou a capa de uma edição especial sobre música da revista americana Time, que o listou entre grandes nomes da música mundial. “Max é o talento musical mais original surgido no Brasil nas últimas três décadas”, ratificou a revista.

Ouça o podcast JazzMan! nº 9 e viaje com a música de Max de Castro.

Programa:

01-O Futuro Pertence À Jovem Vanguarda [Instrumental]
02-A História da Morena Nua Que Abalou as
Estruturas do Esplendor do Carnaval
03-Samba Raro
04-Afrosamba
05-Balanço das Horas
06-Silêncio No Brooklyn
07-lá vem o homem que matou o homem
(Lanny Gordin & Max de Castro)
08-Candura
09-Pra Você Lembrar
10-Stereo
11-O Nego Do Cabelo Bom
12-não identificado (Lanny Gordin & Max de Castro)
13-Iluminismo
14-Mancha Roxa (Marcha Rancho)
15-Onda Diferente
16-Programa
17-Pixinguinha Superstar
18-Acapulco, Daqui a Pouco [Instrumental]
19-10-Assim é...se lhe parece

MySpace Max de Castro
Last Fm Max de Castro
Time Magazine em referência a Max

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Aerosmith

2004 - Honkin' on Bobo
Gênero: Hard Rock



Em mais de 30 anos de estrada, o Aerosmith já teve diversos altos e baixos, levando ao extremo as fases de fracasso e sucesso. Os norte-americanos são considerados um dos pioneiros do Hard Rock e entraram para a história da música com seu estilo despojado e, ao mesmo tempo, muito original. De uma década pra cá, entretanto, quando a banda ressurgiu novamente das cinzas para as paradas de todo o mundo, eles têm se repetido a cada lançamento, explorando uma fórmula chata de baladas e clipes superproduzidos que contam alguma historinha.

Por isso, nada melhor do que ouvirmos Steven Tyler e companhia tocando velhos clássicos do Blues, com muita vontade, pegada e energia, como se fossem uma banda cover, formada por integrantes no auge de sua juventude, no palco de algum bar. Assim é o álbum “Honkin’ On Bobo”.

O repertório foi escolhido a dedo e traz covers de Jimmy Reed, Fleetwood Mac e Mudy Waters, só para citar alguns. Só com a ótima “Road Runner”, que abre o trabalho, já conseguimos entender o espírito do disco e, a partir daí, é só relaxar e curtir. “Shame Shame Shame” e “Eyesight To The Blind” aparecem na seqüência e provam que o Aerosmith não esqueceu suas raízes, apesar de tê-las deixado de lado nos últimos lançamentos.

Um dos grandes destaques, como não poderia deixar de ser, é a performance do vocalista Steven Tyler, com sua poderosa voz e timbre tão particular. Há também faixas mais lentas como “I’m Ready” e “Never Loved A Girl”, onde o músico abusa do ‘feeling’ e, claro, da experiência. A única assinada pelo quinteto é “The Grind”, que apesar de ser interessante, ainda traz um pouco daquela cara de FM que eles se acostumaram a fazer.

“Honkin’ On Bobo” nos faz lembrar dos velhos tempos do Aerosmith, com toda sua crueza e influência direta de Blues e do bom e velho Rock dos anos 70 e, se você só conhece os lançamentos mais recentes, o material se torna obrigatório. Vale lembrar que para a produção foi convocado Jack Douglas, parceiro das antigas, que não gravava com eles desde “Draw The Line”, de 1977.

Fonte: Rock Online

Track List

01. Road Runner
02. Shame Shame Shame
03. Eyesight To The Blind
04. Baby Please Don’t Go
05. Never Loved A Girl
06. Back Back Train
07. You Gotta Move
08. The Grind
09. I’m Ready
10. Temperature
11. Stop Messin Around
12. Jeses Is On The Main Line

Site Oficial: Aerosmith

sábado, 8 de novembro de 2008

Dica de Filme: O Xangô de Baker Street

Hoje vou trazer uma dica de filme para vocês. "O Xangô de Baker Street" foi lançado em 2001, baseado no romance de Jô Soares, muito fiel ao livro por sinal. É um dos melhores filmes nacionais que já assisti, quem puder, leia o livro também.

Sinopse:

Rio de Janeiro, 1886. A diva francesa Sarah Bernhardt (Maria de Medeiros) pela primeira vez se apresenta no Brasil, deixando a elite do país ainda mais interessada na cultura francesa. O público se curva perante o talento de Sarah, incluindo o imperador D. Pedro II (Cláudio Marzo), que lhe conta um segredo: um valioso violino Stradivarius, um presente seu à baronesa Maria Luíza (Cláudia Abreu), desaparecera misteriosamente. Sarah então sugere que o imperador convite o famoso detetive Sherlock Holmes (Joaquim de Almeida) para investigar o caso, sugestão esta prontamente seguida. Enquanto isso, um assassinato choca a cidade e deixa em pânico o delegado Mello Pimenta (Marco Nanini). Uma prostituta fora assassinada e teve suas orelhas decepadas e uma corda de violino estrategicamente colocada em seu corpo pelo assassino. Enquanto o delegado busca pistas para capturar o perigoso assassino, que passa a cometer crimes seguidamente, Holmes e seu fiel parceiro Watson (Anthony O'Donnell) desembarcam no Rio de Janeiro sem esperar os perigos que os esperam: feijoadas, vatapás, pais de santo e o poder de sedução das mulatas locais.

Elenco:

Joaquim de Almeida (Sherlock Holmes)
Anthony O'Donnell (Dr. Watson)
Maria de Medeiros (Sarah Bernhardt)
Marco Nanini (Delegado Mello Pimenta)
Cláudia Abreu (Baronesa Maria Luíza)
Cláudio Marzo (D. Pedro II)
Emiliano Queiroz (Saraiva)
Letícia Sabatella (Esperidiana)
Jô Soares (Desembargador)
Marcello Antony (Marquês de Salles)
Caco Ciocler (Miguel)
Antônio Pedro
Maria Ribeiro
Christine Fernandes

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Tom Jobim

2000 - Tom canta Vinicius (Ao Vivo)
Gênero: Bossa Nova



O álbum "Tom Canta Vinicius" foi realmente gravado em 1990, na ocasião Tom e sua banda, estavam apresentando um show especial em homenagem ao décimo aniversário da morte de seu velho amigo Vinícius de Moraes - relançado em 2000 por ser os vinte anos. A Banda formada por formada por seu filho Paulo Jobim (violão e voz), o casal Jaques e Paula Morelenbaum (violoncelo e vocal) e Danilo Caymmi (flauta e voz).

O sentimento ao ouvir o álbum é de tristeza, até por saber que é um amigo (Tom) cantando e homenageando um grande amigo. A voz de Tom as vezes se torna fraca, da para imaginar ele derramando lágrimas. Em meio a tudo isso e a belas palavras de Tom para seu amigo, surgem canções interpretadas como: "Soneto Da Separação", "Insensatez", "Eu Não Existo Sem Você" , "Eu Sei Que Vou Te Amar" "Carta Ao Tom/Carta Do Tom", "A Felicidade", "Garota De Ipanema" , "Pela Luz dos Olhos Teus" e muito mais.

Um álbum inesquecível, um gênio tocando em homenagem de outro gênio da música brasileira. Uma demonstração de amizade que hoje é impossível de se ver.

Track List

01.Soneto Da Separação (Tom Jobim / Vinicius de Moraes)
02.Valsa De Eurídice (Vinicius de Moraes)
03.Serenata Do Adeus (Vinicius de Moraes)
04.Medo De Amar (Vinicius de Moraes)
05.Insensatez (Tom Jobim / Vinicius de Moraes)
06.Poética (Vinicius de Moraes)
07.Eu Não Existo Sem Você (Tom Jobim / Vinicius de Moraes)
08.Derradeira Primavera (Tom Jobim / Vinicius de Moraes)
09.Modinha (Tom Jobim / Vinicius de Moraes)
10.Eu Sei Que Vou Te Amar (Tom Jobim / Vinicius de Moraes)
11.Carta Ao Tom / Carta Do Tom
12.A Felicidade (Tom Jobim / Vinicius de Moraes)
13.Você E Eu (Carlos Lyra / Vinicius de Moraes)
14.Samba Do Carioca (Carlos Lyra / Vinicius de Moraes)
15.Ela É Carioca (Tom Jobim / Vinicius de Moraes)
16.Garota De Ipanema (Tom Jobim / Vinicius de Moraes)
17.Pela Luz Dos Olhos Teus (Vinicius de Moraes)

Site Oficial: Vinicius de Moraes e Tom Jobim